Conheça Arthur “Tutsz” Machado, pro player de Santos que brilha nos e-sports
Tutsz faz parte do time da KaBuM!, atual campeã do CBLoL. Ele conta como é sua rotina de treinos
Este fim de semana marca a retomada do Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL). Devido à pandemia do novo coronavírus, o segundo split (etapa) do badalado torneio de e-sports, assim como a primeira fase, vai continuar com disputas no formato on-line remoto – há a possibilidade de as partidas voltarem a ser presenciais mais para frente.
Ao todo, oito times se enfrentam pelo título nacional e pela chance de representar o País no mundial do game League of Legends (LoL) na China. Entre eles estão Santos HotForex (equipe do Peixe), Flamengo, KaBuM! e-Sports, FURIA Uppercut Esports, INTZ, paiN Gaming, Prodigy Esports e Vivo Keyd.
Detalhe: um jogador de Santos integra o time da KaBuM!, campeã do primeiro split do CBLoL 2020, que encarou ontem a Prodigy e hoje pega a Vivo Keyd. Arthur “Tutsz” Machado, de 17 anos, ocupa a posição do meio (midlaner) – também fazem parte da equipe Igor “Dudstheboy” Lima (atirador), Denilson “Ceos” Oliveira (suporte), David “Disave” de Sá (atirador) e Roger “Mousty” Wiegand (caçador).
Um dos pro players mais novos do CBLoL, Tutsz foi contratado pela KaBuM! no primeiro semestre de 2019, mas apenas garantiu a posição de titular perto do fim do ano, ao participar da Superliga ABCDE de League of Legends.
“Esse é um torneio mais para a gente demonstrar nosso talento e consegui me destacar bastante nele. Por isso me tornei um dos cinco titulares da equipe. É raro um time apostar tanto em um jogador novo como eu, pois a falta de experiência para lidar com a pressão que existe nos campeonatos pode acabar atrapalhando o desempenho do grupo inteiro. Tive esse tipo de dificuldade mais no início; aos poucos, fui aprendendo a lidar melhor com a pressão”, diz o atleta de e-sports.
Sobre o formato remoto do CBLoL, Tutsz pondera: “Assim, a gente consegue jogar de um jeito mais natural. Parece que a pressão diminui, dá menos medo de errar. Isso talvez favoreça uma performance ainda melhor”.
De amador a profissional
Tutsz gosta de jogar videogame desde pequeno. Mas a paixão por League of Legends, especificamente, surgiu quando ele tinha 11 anos, graças ao irmão mais velho. “Conheci LoL com ele. Nós passamos a jogar muito. Aí, meu irmão entrou na faculdade e parou. Eu continuei me aprimorando, até que, aos 14, decidi que ia tentar me profissionalizar”.
Para isso, Tutsz se aventurou nas partidas ranqueadas, que reúnem de amadores a pro players e são uma boa forma de chamar a atenção dos times, porque scouters (olheiros) costumam monitorar essas disputas, atrás de talentos. Foi uma questão de tempo até ele entrar no top 200 e, depois, aparecer no top 100 das partidas ranqueadas.
“Aos 16 anos, cheguei a ser o número um. O que me rendeu várias propostas de times grandes, para ficar como reserva e aprender o máximo que pudesse até completar a idade mínima para competir (que é de 17 anos). Preferi assinar com a KaBuM!”, conta ele, que adiou a faculdade para se dedicar 100% à carreira nos e-sports.
Rotina de treinos
Tutsz mora com os colegas de time na gaming house (centro de treinamento) que a KaBuM! montou na Lapa, na Capital. Eles dividem a casa com outra equipe da corporação, que disputa os torneios do jogo Free Fire.
“A gente treina de terça a sexta-feira. São dois blocos diários: das 13 às 16 horas e das 17 às 20 horas. Além disso, cada um aproveita o resto do dia para jogar mais um pouco, por conta própria. Aí, no sábado e no domingo, temos o CBLoL. Na noite de sábado, assistimos à partida do dia, para analisarmos nosso desempenho e vermos o que podemos melhorar para domingo. A nossa folga vai de domingo à noite até segunda à tarde. E na noite de segunda, revemos a partida de domingo, para retomarmos os treinos na terça”, detalha o pro player.
