Setor portuário debate, em Santos, ampliação da temporada de cruzeiros no País

Summit Cruzeiros, promovido pelo Grupo Tribuna, aborda exemplos de sucesso e desafios a serem superados

Por: Bárbara Farias  -  31/10/23  -  10:07
Summit reuniu nesta segunda-feira (30) os principais nomes do setor de cruzeiros marítimos no Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, no Porto de Santos
Summit reuniu nesta segunda-feira (30) os principais nomes do setor de cruzeiros marítimos no Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, no Porto de Santos   Foto: Sílvio Luiz/AT

Cruzeiros o ano inteiro no Porto de Santos, o maior complexo logístico do Hemisfério Sul. Esse é um anseio de armadores, autoridades e empresários que participaram do Summit Cruzeiros, promovido pelo Grupo Tribuna, nesta segunda-feira (30), no Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, administrado pelo Concais. Para atingir esse objetivo, os especialistas apontaram que é preciso investir em infraestrutura e reduzir custos.


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Em seu discurso inicial, o presidente do Concais, Luis Floriano, comemorou as conquistas de 25 anos de atividade da companhia no Porto. “Nesse período, passaram pelo Concais mais de 12 milhões de passageiros, 4 milhões de tripulantes, e tivemos 3.500 escalas e 321 navios. É uma história muito interessante e grandiosa. O Concais investe muito em tecnologia e segurança para atender às normas e garantir conforto aos passageiros”.


Com a palavra, o diretor-presidente de A Tribuna, Marcos Clemente Santini, frisou que o Grupo Tribuna sempre acreditou na força dos cruzeiros marítimos. “É uma pena que essa atividade ainda é sazonal. Ela se limita a um período de quatro a sete meses contínuos. Assim como o Concais acreditou no segmento, nós acreditamos que falta pouco para uma temporada em que os cruzeiros estarão aqui o ano todo”.


O presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), Marco Ferraz, também celebrou os 25 anos do Concais e a expectativa pela temporada 2023/2024, que em Santos teve seu início no domingo. “O Porto de Santos deverá receber 917 mil passageiros. Seis em cada dez cruzeiristas passam pela cidade e a expectativa é que a temporada gere mais de R$ 1 bilhão para a economia da Baixada Santista e para São Paulo”.


Outro entusiasta de cruzeiros o ano inteiro é o prefeito de Santos, Rogério Santos (Republicanos). No entanto, ele aponta os gargalos que carecem de solução. “Quais são os problemas para ampliar a temporada no Brasil? Taxa e combustível”. Por esse motivo, ele celebrou a redução das taxas no Porto de Santos em até 60% para transatlânticos, instituída pelo Ministério de Portos e Aeroportos.


“Nós também precisamos reduzir o custo dos combustíveis, isso passa pelo avanço tecnológico porque nós precisamos buscar alternativas nas matrizes energéticas, até porque se pede que os navios trabalhem com outras matrizes. O porto do futuro é sustentável”, ressaltou.


A importância da temporada de cruzeiros foi lembrada pelo deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) em seu discurso no Summit. “O turismo é um vetor fundamental para o desenvolvimento econômico da Baixada Santista e precisa do apoio do setor privado, do Município, do Estado e, também, do Governo Federal”.


Competitividade
O presidente da Costa Cruzeiros, Dario Rustico, disse que o Brasil tem mercado, mas precisa se tornar mais competitivo. “O Brasil tem tudo para ter navios o ano inteiro, é um grande destino e tem viajantes que gostam de navio. O problema não é comercial, mas de infraestrutura e custo de taxas portuárias e combustível. Hoje, o País não pode receber navios maiores e os que são alimentados por GNL (gás natural liquefeito). É preciso competir com outros mercados, como Caribe, Mediterrâneo, Emirados e sudeste asiático”.


Em sua participação no evento, o presidente da MSC Cruzeiros, Adrian Ursili, disse que Santos responde por mais de 70% dos embarques e desembarques de hóspedes da armadora. “Seguimos empenhados em trabalhar junto com Santos para trazer navios e olhar os desafios e gargalos. Há uma limitação na infraestrutura nacional, uma carga tributária ainda muito forte, um custo operacional e portuário alto, índice de judicialização alto, insegurança jurídica e burocracia que inviabilizam a operação por 12 meses, como acontece no Caribe e na Europa, que são mercados consolidados”.


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