União e Estado se articulam pelo túnel entre Santos e Guarujá
Governo Federal, estadual e municípios estão dispostos a deixar diferenças de lado
O presidente da Frente Parlamentar Mista de Portos e Aeroportos, deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), assegura que desta vez é diferente. “Existe uma união política em torno dessas grandes obras”.
O pontapé inicial para isso acontecer, diz o deputado, foi dado em Brasília, onde foram criados dois grupos de trabalho: uma Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos no Congresso Nacional e a Frente Parlamentar da ligação seca Santos-Guarujá. Para se aprovar uma frente no Congresso é preciso de no mínimo 200 parlamentares.
“Não apoiei esse governo, mas foi escolhido democraticamente pela população. Não posso ficar contra a partir do momento em que a administração criou o Ministério de Portos e Aeroportos. Quem foi escolhido? Márcio França, uma pessoa que conhece a pasta. Essa é uma janela de oportunidades. Temos absoluta convicção de que essas obras vão sair”.
No caso do aeroporto, Paulo Alexandre explica que o processo está bem adiantado. “Nós temos todas as licenças concedidas e as medidas burocráticas com a Infraero já foram adotadas”.
No caso da ligação seca, o projeto básico, projeto executivo, licenças ambientais também já foram cedidos. A autoridade portuária conta com R$ 2 bilhões e 500 milhões em caixa. Há também a disposição do Governador em colocar dinheiro do Estado para fazer a obra. “Todas as formalidades foram cumpridas e a nossa expectativa é que a publicação da licitação seja feita já no próximo ano”.
Aviões e conexões
O presidente-executivo do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, diz que os voos não devem ocorrer já este ano por causa dos prazos de licitações e obras, mas que após 90 dias da certificação do aeroporto pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as viagens começam, primeiro com aviões menores, tipo Caravan e ATR, fazendo a linha Rio, Campinas, Belo Horizonte e Brasília, para se ver qual a demanda. “Dependendo disso, poderemos chegar a aviões maiores como Embraer, Boeing e Airbus. Ao meu juízo o cenário desse aeroporto é de total viabilidade comercial”.
O secretário de Desenvolvimento Econômico e Portuário de Guarujá, Adalberto Ferreira da Silva, assegura que a Prefeitura está atendendo todas as exigências para a instalação do aeroporto. “A primeira fase contempla a adequação de pista para áreas de taxiamento, cercamento para proteção de fauna, sinalização e terminal de passageiros para o atendimento das aeronaves, num primeiro momento para até 70 passageiros”.
Posteriormente, explica o secretário, melhorias devem ser feitas para atender aeronaves maiores. “A obra que tem maior duração é a de adequação de pistas, que deve durar seis meses. Já a obra do terminal de passageiros deve ficar pronta em quatro meses depois do seu início.
Adalberto adianta que já existem contratos assinados para a realização de melhorias no acesso ao aeroporto e também das condições das avenidas, com financiamento do Dade (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias) “Tanto este equipamento quanto a ligação seca estão contemplados na revisão do Plano Diretor. A população vai sentir esses benefícios”.
