Prefeito de Guarujá diz que Guarda Civil Municipal está devidamente equipada

Válter Suman, em entrevista exclusiva, falou deste e outros assuntos; confira

Por: Guilherme Marcondes, colaborador  -  30/06/23  -  10:57
Válter Suman: “Quando tudo converge para uma coisa positiva para todos, tem que se buscar um consenso”
Válter Suman: “Quando tudo converge para uma coisa positiva para todos, tem que se buscar um consenso”   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Ano que vem, Guarujá completa 90 anos, e é possível que até lá a cidade esteja em um caminho novo de desenvolvimento como há anos não se via. A construção do tão sonhado túnel ligando o município a Santos e a chegada de um aeroporto civil são obras há tempos esperadas.

Para receber os dois equipamentos, Guarujá tem novos desafios como obras de infraestrutura, escolas, novas unidades de saúde e habitação. Em seu segundo mandato, o médico e prefeito Válter Suman, hoje com 63 anos, fala para A Tribuna sobre o atual momento da Cidade e seus planos até o final do mandato.


Quando o senhor acredita que o aeroporto de Guarujá estará operando?


Considerando todo trâmite natural de um processo, vamos colocar 60 dias do processo licitatório, não havendo impugnação, etc, vamos colocar 90 dias, essas obras irão iniciar provavelmente em setembro, você coloca em torno de 6 meses. Em março do próximo ano acredito que esteja operando.


Quanto será gasto na construção do aeroporto?


Existe uma planilha de custos que tem por base uma série de critérios, e ela tem sido elaborada entre a Secretaria Nacional de Aviação Civil e Infraero. Acreditamos que em torno de R$ 21 milhões, aproximadamente, para a implantação da primeira fase, que envolve a pista de taxiamento, pouso e decolagem, cercamento da pista e, em um segundo momento, o terminal de passageiros.


Então o senhor está bastante otimista em relação a operação desse aeroporto para 2024?


Nós estamos lutando desde o início, até porque reconhecemos o potencial que a cidade tem de ampliação, ocupação portuária, retroportuária, a retomada do Cing (Complexo Industrial Naval de Guarujá), novo plano diretor, a segunda fase da Avenida Perimetral, fortalecimento da Margem Esquerda do Complexo Portuário Guarujá, tudo isso vai atrair um grande número não só de executivos como de trabalhadores para nossa região e, obviamente, não só pela questão turística, mas como também por todo esse contexto de desenvolvimento.


Quanto ao túnel, prefeito, a autoridade portuária assegura que já tem um total de R$ 2 bilhões. De onde vêm os outros R$ 3 bilhões para a construção?


A engenharia financeira do túnel está sendo estruturada. Está sendo discutido se o Governo do Estado vai participar de alguma forma. Há várias opções com a participação da iniciativa privada. O compromisso é que, de uma forma ou de outra, se estabeleça uma tarifa social para se utilizar o equipamento. O grupo que está estudando esse trabalho deve apresentar o resultado até o final do ano.


Qual seu relacionamento político com o Estado e a União, uma vez que ambas as obras dependem das duas esferas de governo para se viabilizarem?


Muito positivo. Toda vez que nós vamos até Brasília somos muito bem recebidos, da mesma forma pelo governador Tarcísio de Freitas, com quem estive recentemente, junto com os oito prefeitos da região. Quando tudo converge para uma coisa que é positiva para todos, tem que se buscar um consenso.


Prefeito, vamos falar de saúde. Como está a questão da construção de um hospital municipal em Vicente de Carvalho?


Estive recentemente com o secretário Estadual de Saúde, Eleuses Paiva, pleiteando nosso hospital municipal. Nós temos a área pronta já com canalização de gás e toda estrutura necessária. Estamos pedindo a finaliza-ção de um equipamento necessário, com aproximadamente 80 leitos. Isso vai dar um apoio considerável principalmente para pacientes cuja demanda está reprimida em virtude do Santo Amaro hoje ser o único hospital SUS do município. Esse hospital é em Vicente de Carvalho, no antigo Caps AD. Ouvimos do secretário uma resposta positiva a esse respeito e as tratativas já estão caminhando para um nível técnico. Hoje, 85% da população depende da saúde pública. Nossa rede é grande, mas a demanda não é única exclusivamente do Guarujá, absorve também pessoas que nos visitam, bem como do Litoral Norte e Bertioga, que acabam tendo como referência o Guarujá em tratamento de algumas especialidades de alta complexidade.


Em relação à segurança, também existem já conversas com o Governo do Estado para a ampliação do contingente de policiais? E a Guarda Municipal, o senhor tem intenção de ampliar o efetivo?


Nós temos uma Guarda Municipal devidamente equipada com novas viaturas, uma Guarda Municipal armada, bem treinada. Foram contratados mais 30 guardas civis municipais e há expectativa de ampliação do nosso contingente. O município hoje arca com cerca de quase R$ 4 milhões e 500 mil em apoio à Polícia Militar, seja no quesito de locação de veículos como em áreas, como o Batalhão de Polícia Ambiental, Polícia Criminalística, Delegacia de Defesa da Mulher, 5ª Cia em Pernambuco. Nós temos hoje a operação delegada com 600 homens, Prolabore para toda tropa da Polícia Militar e nós cedemos ao Governo do Estado – já está em obras – a futura sede do 21º Batalhão da Polícia Militar na Avenida Atlântica, na Enseada, onde vai dar um radar de segurança muito grande que é para onde nossa cidade está caminhando. O Governo do Estado tem sido muito receptivo e resolutivo nas nossas demandas. As tratativas, com todas as esferas estaduais, têm sido atendidas em operações bem pontuais, cirúrgicas. É obvio que a gente lamenta profundamente, mas é um contexto grande que a municipalidade tem dado todo apoio necessário e tem recebido a resposta positiva pelo lado do Estado. Temos expectativa de que na próxima Operação Verão haja um maior número de policias. Existem também os fatores que envolvem a questão secundária da segurança. A cidade está muito bem iluminada. Hoje, a nossa orla é toda iluminada em led, a zeladoria está notificando proprietários de terrenos baldios. Isso, indiretamente, dá um apoio à segurança.


Na questão habitacional, o que está sendo feito para reduzir o déficit habitacional de Guarujá?


Nós produzimos e entregamos nesses últimos 6 anos e meio muito mais unidades habitacionais do que nos últimos 19 anos que nos antecederam. O foco é retirar as pessoas que moram em condições de vulnerabilidade física e social, haja vista a margem da linha férrea e palafitas. O município do Guarujá já investiu, por exemplo, na área que será ampliada a ocupação portuária, cerca de R$ 52 milhões, ou seja, nós estamos fazendo a transferência das pessoas para aquilo que eu chamo de cidadania, que é um lar digno tanto no Parque da Montanha quanto no Cantagalo. Nós já entregamos 974 moradias e estamos entregando mais 180 moradias. Temos o Vida Digna, que é uma aliança com o Estado. O município está muito atento, é uma prioridade nossa desde o início, além do que existe também a expectativa da regularização fundiária. A expectativa, até o final de 2024, é estabelecermos mais de 9.200 títulos de regularização fundiária para pessoas que aguardam há mais de 15 anos.


O que esperar do Novo plano diretor e da lei de uso ocupação do solo?


Conduzimos todo o processo com o máximo de cuidado de preservar nossa maior riqueza, que são as praias e as belezas naturais. Fincamos estacas profundas nos últimos anos para sustentar o crescimento de Guarujá. Agora teremos esses importantes instrumentos que vão preservar o bem estar da população e atrair investimentos e novos negócios, gerar empregos e fomentar toda cadeia produtiva”.


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