Na Habitação em Cubatão, movimento vai além da entrega de moradia

Cidade desencadeia um processo inovador que agrega ao conceito de casa própria outros elementos sociais

Por: Lyne Santos, colaboradora  -  21/04/24  -  20:58
Atualizado em 23/04/24 - 17:53
Painel sobre habitação apresentou amplo mapeamento feito nas duas principais comunidades de Cubatão: Vila Esperança e Vila dos Pescadores
Painel sobre habitação apresentou amplo mapeamento feito nas duas principais comunidades de Cubatão: Vila Esperança e Vila dos Pescadores   Foto: Alexsander Ferraz/ AT

Cubatão se prepara para zerar o seu déficit habitacional em 10 anos por meio de um programa inovador que une qualidade de vida e infraestrutura completa por meio do chamado urbanismo social.


A cidade de Cubatão se mostra, mais uma vez, pronta para enfrentar novos desafios. Após se transformar em Vale da Vida e acabar com o estigma de cidade poluída, o município segue, agora, um robusto e inovador planejamento de urbanismo social capaz de mudar a realidade da população cubatense. Será mais uma década, que vai marcar a história da região e servir de exemplo e referência para outras localidades. No palco principal estão a Vila dos Pescadores e a Vila Esperança, bairros periféricos, que vão ganhar uma nova roupagem ao mesmo tempo em que mantém viva a história construída pelos moradores. É o início de uma nova era.


O projeto, inclusive, segue a premissa de recuperação ambiental, que faz parte da estratégia de crescimento da Cidade desde os anos 1980, quando Cubatão começou a trilhar um novo caminho de consciência e responsabilidade. A administração tem seguido as orientações e diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU), responsável pela criação da Agenda 2030 composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). E o Programa Habitacional está inserido nesse contexto, conforme deixaram claro autoridades e especialistas durante o Summit Cubatão, realizado no auditório do Grupo Tribuna, no último dia 17.


“O município criou um conceito que pode ser replicado em outras cidades. Essa atenção para os problemas, conhecendo as características dele é um modelo a ser seguido. Além disso, buscar soluções de regularização fundiária e fazer acordo com a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) são coisas importantes. É o olhar integrado. É fundamental que o município olhe se o projeto combina com o desenvolvimento da cidade, caminhando assim para o sustentável”, destacou a Superintendente de Planejamento e Programas Habitacionais da CDHU, Maria Cláudia Pereira de Souza, cujas observações se encaixam exatamente no perfil das obras planejadas para Cubatão.


Não é só moradia
Não é à toa que o projeto é caracterizado como “além da habitação” pela secretária de Habitação do município, Andrea Maria de Castro. Ela baseia os trabalhos em quatro Ps, de periferia, premissa, problemas e parcerias. A perspectiva é de criação de uma nova cidade com erradicação da pobreza, educação de qualidade, igualdade de gênero, água potável e saneamento, energia limpa e acessível e redução das desigualdades. Por isso, o lema adotado pela administração foi “O melhor para os mais pobres”, oferecendo uma mudança de paradigma.


“O urbanismo social serve para isso. Começamos a trabalhar com alguns grupos que são esquecidos, como as mulheres, por exemplo. Buscamos descobrir o que elas necessitam e verificamos que elas querem se sentir seguras ao andar pelas ruas. Uma das soluções, algo simples, vai ser colocar nos conjuntos habitacionais varandas voltadas para a rua, pois as pessoas ficam nesse espaço, há mais iluminação e, consequentemente, existe uma redução dos índices de violência para mulheres. Não é dar a solução pronta, mas pensar no cliente que é a população”, enfatizou Andrea.


Tudo sobre:
Logo A Tribuna
Newsletter