Cubatão vai zerar défict habitacional nos próximos 10 anos

No Summit Cubatão, promovido nesta quarta (17), no Grupo Tribuna, Município apresentou novo conceito de moradia

Por: Lyne Santos, colaboradora  -  18/04/24  -  09:45
Vilas Esperança e dos Pescadores serão submetidas a um projeto habitacional para atender as principais necessidades da população local
Vilas Esperança e dos Pescadores serão submetidas a um projeto habitacional para atender as principais necessidades da população local   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Cubatão será a primeira cidade da região a zerar o seu déficit habitacional nos próximos dez anos. Assim disse o prefeito Ademário Oliveira (PSDB), na tarde desta quarta-feira (17), no Summit Cubatão, no auditório do Grupo Tribuna, em Santos.


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Para atingir a meta, o Município promete uma mudança de paradigma ao apresentar um novo conceito de moradia. O destaque fica para os bairros Vila Esperança e Vila dos Pescadores, que serão submetidos a um projeto focado em urbanismo social, para atender as principais necessidades da população.


“É um momento único, para além da habitação. Começamos entendendo que as nossas perfiferias são distintas. Por isso, a necessidade de mapeamento completo por terra e por drones para termos dados completos”, afirmou e a secretária de Habitação de Cubatão, Andréa Maria de Castro.


Na Vila Esperança, o projeto contemplará 19 mil habirantes. A primeira etapa inclui 1.010 unidades habitacionais e uma recuperação ambiental equivalente a 16 campos de futebol. Também integra a urbanização a construção de uma Avenida Perimetral com nove quilômetros de extensão, que ajudará a conter o avanço das invasões e melhorar a mobilidade.


Na Vila dos Pescadores, haverá, inicialmente, 1.329 apartamentos. Também está prevista a criação de 80 casas flutuantes, feitas de aço naval e madeira ecológica. As estruturas abrigarão os moradores durante o período de obras.


“Temos dois projetos consolidados. Quando falamos hoje das casas flutuantes, é uma área de transbordo para que a gente possa fazer a remoção das famílias, consolidar a área removida e trazê-las de volta. No final, elas vão servir de área de lazer, entretenimento e gastronomia para os moradores”, explicou Oliveira. Ele, que terá seu mandato encerrado em pouco menos de oito meses, elaborou um planejamento estratégico para evitar que todo o esforço para mudar o cenário de Cubatão seja perdido.


Segundo o prefeito, foi feita uma blindagem, por lei, para que não haja descontinuidade das políticas públicas aplicadas pela atual Administração.


“O fundo habitacional é blindado por lei. Os contratos que estamos deixando, estou tentando empenhá-los na totalidade, para que os recursos sejam destinados especificamente para o objetivo inicial”, detalhou.


A participação do Governo Estadual também é vista como preponderante no andamento das obras, que já estão sendo concluídas. “Assim, a gente torna muito mais difícil a possibilidade de entrar alguém com outro pensamento e interromper as ações iniciadas.”


Desenvolvimento ‘verde’
O compromisso ambiental de Cubatão nos últimos 30 anos, que transformou a Cidade em símbolo de recuperação e exemplo para outras nações, tem sido o principal atrativo para chamar a atenção de investidores internacionais.


“Depois que apresentamos o case, existe um grande interesse, é um diferencial, pois coloca no Município um selo de compromisso, sobretudo, com o meio ambiente. Isso sem contar toda a infraestrutura já instalada, como a proximidade do Porto, mão de obra especializada. É um conjunto de fatores”, afirmou o gerente de Projetos da Invest SP, Caio César Cristófalo.


Ele integrou o último painel do Summit Cubatão, ao lado do prefeito Ademário Oliveira, do presidente do Ciesp Cubatão, Américo Neto, e do diretor do Senai na Cidade, Daniel Rodrigues da Silva.


Ao falar de futuro, todos indicaram a transição energética como protagonista das mudanças para estimular o Polo Industrial, que teve queda de 33% no número de empregados entre 2015 e 2022, conforme dados do Data Center Brasil. Para Neto, é o resultado de desindustrialização e falta de competitividade. Mas julga que a região está pronta para reverter o cenário.


“Cubatão tem que ser um hub de energia verde. Quando se fala em hidrogênio e amônia verdes, os países que têm essa necessidade e não conseguem produzir enxergam aqui essas possibilidades. Também não se pode falar em aumentar a capacidade produtiva sem respeitar o meio ambiente”, disse o presidente do Ciesp regional.


Em outubro do ano passado, a Prefeitura de Cubatão e representantes do Governo Estadual enviaram proposta para um grupo alemão interessado em construir um polo químico e siderúrgico de energia renovável na Cidade.


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