Dando continuidade no 1º Encontro Porto & Mar 2021, na sede do Grupo Tribuna, na tarde desta quarta-feira (16), o segundo painel abordou as novas tendências tecnológicas do setor portuário e como elas impactam a demanda por mão de obra no mercado. A palestra de abertura foi realizada pelo prefeito de Santos, Rogério Santos (PSDB).
O prefeito reforçou que o município investe em tecnologia. "Inauguramos no ano passado o nosso prédio novo, prédio moderno com investimentos na ordem de 20 milhões de reais. É um prédio com oito andares, sete mil metros quadrados e a Fundação Parque Tecnológico tem essa missão."
Segundo ele, o Porto tem papel fundamental. "A gente tem conversado muito com várias empresas do setor portuário, algumas empresas têm os seu setores de tecnologia e inovação, mas nos queremos que esses setores venham pra dentro do Parque. O Parque Ecológico é uma ferramenta importante para nossa cidade, é uma ferramenta que vai fazer com que Santos entre também para referência de cidades inteligentes, cidades que investem em tecnologia."
Rogério reforçou a importância da conexão entre os setores. "O Parque Tecnológico oferece uma gama de serviços e benefícios e o que nós queremos é justamente essa conexão, a palavra conexão, conexão do Porto com os investimentos de tecnologia da nossa cidade."
Compondo a mesa do 2º painel: o mediador e responsável pelo projeto Porto 360, Maxwell Rodrigues; o editor do caderno Porto & Mar de A Tribuna, Leopoldo Figueiredo; o presidente da Câmara de Santos, Adilson Jr. (PP); o gerente de TI da DP World, Elder Coppi e a gerente de Sistemas da Santos Brasil, Adriana Augusto.
O diretor do STC Group International, Albert Boss, palestrou sobre as tendências do profissional portuário para 2030. Trata-se de uma instituição educacional e de pesquisa com operação mundial para indústrias de navegação, logística, transporte e processo com sede no Porto de Roterdã.
O presidente da Câmara de Santos, Adilson Jr., reafirmou a importância do Parque Tecnológico mencionado pelo prefeito de Santos. "Os novos desafios já estão colocados, já estão postos, a pandemia claro que deixou, vem deixando sequelas muito significativas na nossa sociedade em nós como cidadãos , mas deixará um mundo diferente daquele que vivemos há pouco mais de um ano e alguns meses atrás. E acho que é nesse contexto que nós nos inserimos."
Na sequência, a gerente de TI da Brasil Terminal Portuário (BTP), Fabiana Alencar, explicou sobre a relação dos processos burocráticos do setor e a automação. "Hoje nos terminais nós precisamos trazer toda uma arquitetura e trazer os sistemas para automatizar os nossos processos e cumprir com todas as nossas demandas e exigências legais. Para poder cumprir com todas essas exigências legais nós precisamos responder para todos esses sistemas tanto na parte de alfândega, autoridade portuária como também para a prefeitura."
Segundo a Fabiana, a solução para resolver os processos burocráticos que impedem a automação é simples. "Ela é baseada em tecnologia. A gente só precisa disso. Um sistema unificado. Hoje a gente tem recursos tecnológicos para cumprir isso, para resolver esse problema basta a gente passar a usar e a fazer todas essas integrações de uma única vez, de uma única forma simplificada."
O gerente de TI da DP World, Elder Coppi, falou a burocratização no país. "O Brasil hoje ele é o maior país que tem cartórios do mundo, só para trazer um pouco o quanto o nosso país ainda é burocrático e o quanto isso acaba impactando em automação, em desenvolvimento de sistemas e assim por diante."
Ele também alertou sobre a dificuldade, principalmente, gerada pela pandemia de covid-19 de achar profissionais de TI no Porto de Santos. "Essa é uma grande dificuldade."
Coppi fez um gancho sobre o Parque Tecnológico como um dos caminhos para capacitação. "Cada vez mais capacitar as nossas pessoas aqui do Porto de Santos, o cidadão de Santos, cada vez mais utilizar a estrutura que foi dada pela prefeitura."
"Acho que em três meses eu acabei perdendo quase quatro profissionais e na verdade estão bem audaciosos os valores que estão oferecendo para essas pessoas. E acaba até sendo irrecusável as pessoas aceitarem essas propostas. Acho que lá na frente a gente vai sentir isso, vai ter uma hora que a gente vai baixar um pouco, mas até a gente ter mão de obra suficiente vai ser bem complexo. A gente vai precisar começar a ensinar as nossas crianças lá de 6 anos a programar para poder ter lógica e programação para que esteja uma geração pronta para 2030", comentou a gerente de Sistemas da Santos Brasil, Adriana Augusto.
Dando continuidade para as temáticas do 2º painel, o engenheiro de computação e professor da Fatec Ricardo Pupo abordou a tropicalização de soluções e sistemas.
Também foram debatidas as tendências mundiais no setor portuário com o Diretor Executivo, Comercial, Técnico e Operacional para empresas relacionadas a portos e terminais, Guilherme Soares de Sá Peixoto.
Por fim, o especialista em Sistemas da Informação pela TUHH, Marcelo Rosa, fez uma apresentação voltada à inteligência artificial, internet das coisas e machine learning.