Ragnarok

Fim dos tempos

Por: Maxwell Rodrigues  -  30/08/23  -  06:00
Ragnarok
Ragnarok   Foto: Divulgação

A palavra ragnarok provém do islandês ragna rok, que significa "destino fatal dos deuses”. Crescemos nos inspirando em grandes lideranças e pessoas que fazem a diferença no dia a dia de muitos. Aqueles personagens que nos motivam e que conseguem transferir conhecimento, ensinamentos e que estendem a mão sempre que precisamos.


Quem nunca tratou um grande ídolo como deus? Isso não é diferente nos setores produtivos. Sempre existem grandes inspirações que emergem e transformam a realidade de um país e até do mundo.


Em nosso setor portuário, temos inúmeros líderes e é claro que isso nos orgulha. Profissionais que deram suas vidas e que eu poderia usar páginas e páginas para enumerá-los. Cresci em uma cidade portuária e já convivi com inúmeros deles. Verdadeiros deuses do setor, que assumiram posições e papéis importantíssimos para que pudéssemos chegar ao título de maior do Hemisfério Sul.


Isso não é louvável? E uma das maneiras de louvar deus é batendo palmas. Acreditem ou não, ainda temos muitos desses deuses em nosso setor e devemos aplaudi-los de pé e em vida, apesar de culturalmente só cultuarmos após a morte. Mas e se algum dia ouvirmos de um desses deuses portuários que o Brasil não tem a menor chance de dar certo? Seria o destino fatal desses deuses ou do setor?


A cada gotinha de esperança, ficamos motivados pela crença de que as coisas realmente acontecerão. Mas elas não acontecem! E muitos estão perdendo a esperança! Tudo piora quando esses líderes que lutam incansavelmente desistem por não mais acreditar que possam mudar. Desistem porque o sistema é mais poderoso do que a força do capital. Estamos destinados ao colapso no Porto de Santos?


O péssimo acesso ao Bairro Alemoa já foi pontuado por diversas vezes e isso se aplica também à Rua do Adubo, na Margem Esquerda. Há uma urgência gigantesca por uma solução no que são verdadeiros ambientes de guerra, por muitas vezes impossíveis até mesmo de entrar ou sair. Já demorei quase três horas para sair de um deles. Negligência com a segurança dos usuários. Como fica a relação Porto-Cidade?


Na Alemoa, ainda são operadas e armazenadas mercadorias perigosas. Há muito esse gargalo vem sendo denunciado e debatido, uma ameaça que tende a se agravar. Entra governo, sai governo e nada é feito. Quem será o deus que conseguirá resolver esse problema já retratado por décadas? Iremos aplaudi-lo de pé?


Não podemos desistir dessa luta “insana” para convencer quem tem de fazer aquilo que já deveria estar feito e que sempre promete o que precisa prometer na hora certa e com o interesse apropriado. Milagre não garante fé e gratidão, mas a fé garante o milagre e a gratidão! Não é o fim! Perdemos algumas batalhas, mas não a guerra! Tenhamos fé! Apelando e rezando! Oremos!


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