Pedido de Natal

Na noite do dia 24 de dezembro, o que devemos pedir para o nosso porto?

Por: Maxwell Rodrigues  -  06/12/23  -  06:00
Atualizado em 13/12/23 - 22:13
Na noite do dia 24 de dezembro, o que devemos pedir para o nosso porto?
Na noite do dia 24 de dezembro, o que devemos pedir para o nosso porto?   Foto: Freepik

O Natal teve origem em festas pagãs que eram realizadas na antiguidade. Nessa data, os romanos celebravam a chegada do inverno (solstício de inverno). Eles cultuavam o Deus Sol (natalis invicti Solis), e ainda realizavam dias de festividades com o intuito de renovação.


Muitos historiadores localizam a primeira celebração em Roma, no ano 336 depois de Cristo (d.C.). No entanto, parece que os primeiros registros da celebração do Natal têm origem anterior, na Turquia, em 25 de dezembro, já em meados do século II.


O Natal é uma comemoração cristã que relembra o nascimento de Jesus Cristo. Esperança e tempo de renovação fazem parte do espírito natalino. O Natal traz, não só para os cristãos, mas para muita gente, um desejo de fechamento e início de ciclos.


Já estamos em dezembro, e como o tempo passa rápido. Para quem está no setor portuário, ao olhar para uma década atrás, irá perceber que os pedidos e o desejo de renovação das demandas e necessidades permanecem os mesmos. Muitos até já perderam a fé.


Caos logístico no acesso terrestre, dragagem, modal ferroviário, clusterização, fatiamento do porto, interferência política, falta de políticas públicas, ausência de celeridade em projetos estruturantes, judicialização de processos e contratações, além de outros fatos que convivemos por tempos.


Governos e governos. Na última gestão, a idolatria do ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, considerado o superministro que privatizaria o Porto de Santos. Freitas tornou-se governador e, até o momento, não percebemos uma agenda focada em investimentos nos acessos ao Porto de Santos e nem a criação de uma nova ligação entre a Baixada Santista e o Planalto. Parece que Tarcísio esqueceu do Porto.


A atual gestão traz o que faltou - e muito - na última, uma interlocução com todos os setores. O presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, tem feito com muita sabedoria. Contudo, ainda aguardamos anúncios de soluções para os problemas conhecidos por todos.


Investimentos significativos devem ser realizados pela SPA ou APS, já estamos confusos até com a sigla que devemos utilizar para a Autoridade Portuária. Até nisso conseguimos polarizar as discussões


Mesmo com contratos de arrendamento ultrapassando os 25 anos, as zonas do Porto de Santos seguem enfrentando inúmeros problemas. E parece que aprendemos a comemorar recordes e concessões. Onde está o planejamento dos investimentos em infraestrutura, acessos terrestres e aquaviários?


Em meio a esse cenário assustador, podemos dizer que estamos gerando riquezas ou um caos para a nossa geração e, principalmente, para a próxima?


Outra preocupação á a falta de novas lideranças no setor portuário. Muito se comenta sobre atrair a nova geração, mas, pior que isso, é saber que o sistema ou o protecionismo não permite criar novos líderes. O que fazer?


Na noite do dia 24 de dezembro o que devemos pedir para o nosso porto? Esperança e tempo de renovação fazem parte do espírito natalino como aprendemos.


Precisamos trazer à luz se a nova geração tem alguma esperança com um setor que movimenta 1/3 da balança comercial brasileira e se aqueles que hoje estão à frente das decisões percebem o quão importante é a renovação.


Se eu pudesse pedir algo nessa tão esperançosa data, pediria que todos aqueles que fazem parte do mercado pudessem apenas se empenhar em 2024 para solucionar questões estruturantes e que irão afetar o futuro do Porto de Santos. Sem idolatrias desnecessárias por personagens que vão e vem, mas por meio de grupos sólidos e que, conjuntamente, querem fazer a diferença.


Se assim não for, ainda conviveremos com a ideia de que Papai Noel existe. Você acredita em Papai Noel? Tem muita gente no nosso setor que sim!


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