O que importa é importante?

Para o setor portuário e para o Brasil, exportar é tão importante quanto importar

Por: Maxwell Rodrigues  -  16/02/22  -  06:13
Importar também é importante porque trazemos de outros países aquilo que não produzimos no nosso
Importar também é importante porque trazemos de outros países aquilo que não produzimos no nosso   Foto: Divulgação/Santos Port Authority

Importante é aquilo que é relevante ou imprescindível. Para o setor portuário e para o Brasil, exportar é tão importante quanto importar.


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Importar também é importante porque trazemos de outros países aquilo que não produzimos no nosso. A alta produção de commodities e o dólar nas alturas motivaram a exportação por meio dos portos, que durante a pandemia bateu recorde atrás de recorde.


Nos negócios, as oportunidades nunca podem ser desperdiçadas, garantindo a lucratividade e as operações. O momento foi realmente histórico!


Quando mudamos a visão para as políticas e estratégias públicas, fica evidente que alguns modelos que são grandes oportunidades podem se transformar em transtornos em um curto espaço de tempo, principalmente pelo modelo de governança existente que não permite a agilidade de um mundo rápido e sedento por lucro e resultado. Seja para as empresas ou para as pessoas.


Nos últimos dois anos, ficamos imersos no encantamento dos recordes de movimentação e a estratégia futura ficou um pouco a desejar por não estarmos focados em um planejamento de continuidade e novamente sendo imediatistas. Evidentemente que existe muito a se fazer no Brasil, mas o desenvolvimento deve envolver todas as áreas e ser estratégico para o País.


Fruto de uma pandemia e da carência de muitos produtos no mercado interno, proveniente do mundo globalizado, já se esperava que um processo inflacionário pudesse se iniciar e ganhar velocidade em 2022 no Brasil e no planeta.


Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação no País, fechou 2021 em 10,06%.


Para este ano, a falta de insumos na China, por exemplo, e o arranjo logístico mundial afetado pela pandemia irão certamente favorecer um ambiente especulativo que será catapultado por um ano eleitoral. Uma química explosiva?


Exportamos muito, mas olhamos para o mercado interno? No Brasil, temos alta demanda por investimentos que podemos até chamar de carência. Por que não conseguimos resolver essa questão?


Os altos impostos para importação de bens de consumo atrelados ao momento atual irão impactar demasiadamente nas operações portuárias? Se o consumo interno diminuirá, é certo afirmar que a importação também cairá? O governo conseguirá emplacar uma reforma tributária estruturante em 2022?


O caso envolvendo o Reporto mostra claramente que o sistema não permite agilidade na tomada de decisões. O mercado está agitado com a privatização ou concessão da administração portuária no Porto de Santos e este movimento enfeitiçou muitas pessoas.


Será a solução de todos os problemas? Quais problemas? Vejamos: as rodovias já são privatizadas, a malha ferroviária já é privatizada e as operações também.


A proposta de privatização será a descentralização dos portos? Retornaremos o comando para Brasília?


O que importa mesmo neste momento é que possamos resolver definitivamente as questões envolvendo o aprofundamento do canal e a ligação seca entre as margens de Santos e Guarujá, além de podermos desenvolver a indústria nacional com tributos coerentes para competirmos mundialmente.


Assim, fomentaremos o consumo interno e a geração de empregos com projetos viáveis, estratégicos e que são realmente importantes!


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