Garantir a lei e a ordem!

Muitas coincidências que podemos compartilhar e aprender!

Por: Maxwell Rodrigues  -  08/11/23  -  06:00
Garantir a lei e a ordem
Garantir a lei e a ordem   Foto: Divulgação

A publicação do Decreto 1.765, que autoriza o emprego das Forças Armadas na Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Porto de Santos, foi uma notícia muito bem recebida pelo setor. Com o texto publicado na semana passada e já em vigor, será feito um controle muito maior da entrada e saída de caminhões e em navios. Contudo, a preocupação orbita em torno de possíveis atrasos para embarques e descargas, mas segundo anunciado pelas autoridades, essas operações não irão atrapalhar o maior complexo portuário do Hemisfério Sul.


Acompanhei de perto medidas parecidas em outros portos e cidades pelo mundo, com Exército, Marinha e Aeronáutica auxiliando os governos municipais e estaduais em locais críticos e com alto volume de movimentação, seja de pessoas ou de cargas. Recentemente, publiquei em um artigo em A Tribuna que no Panamá, por exemplo, o Exército ocupou as ruas do Centro velho com o intuito de resolver as questões de segurança daquela localidade. A medida funcionou e a área é próspera e com muitas atividades. Não são registradas ocorrências por lá há mais de 15 anos.


A competência do comando da Marinha e do Exercito é inegável e certamente as Forças Armadas irão desempenhar um papel fundamental na segurança do Porto de Santos. Elas já se movimentaram e ocuparam o equipamento que movimenta quase 1/3 da nossa balança comercial.


Leis são feitas para serem cumpridas e quando acompanhadas de um viés de ordem são mais facilmente absorvidas pela sociedade e por todos que estão inseridos dentro do cenário comercial do Porto de Santos. Quanto à ordem, um ponto chama bastante atenção: ela não existe quando nos referimos aos acessos terrestres do Porto. Um verdadeiro caos e com situações negligenciadas por décadas, como na Alemoa.


O Estado de São Paulo poderia se sentir motivado com a GLO do Governo Federal e criar um projeto (ou uma lei) que resolva definitivamente os acessos às margens Direita e Esquerda do Porto. Quando falamos em acesso, sabemos que para vir de São Paulo para Santos, obrigatoriamente, devemos usar as rodovias Anchieta ou Imigrantes. Com isso, uma ótima reflexão: seria possível debater a possibilidade do Porto de Santos subir a Serra do Mar, com a criação de um local no Planalto onde haveria um grande truck parking (estacionamento de caminhões) combinado com um Sem Parar?


No local, além de acomodar milhares de caminhões e motoristas com total conforto e respeito que a categoria merece, os veículos ficariam sujeitos a vistorias e fiscalizações de tudo que é necessário para acesso ao Porto. Assim, todos os órgãos anuentes poderiam tratar de suas atribuições em uma única localidade, agilizando o processo de liberação. Podemos nomear o local como um pré-gate público do Porto de Santos.


Seria uma maneira muito mais viável, no Planalto, pela falta de infraestrutura e locais na Baixada Santista. Os caminhões, por sua vez, seriam monitorados por meio do truck transit time (tempo de trânsito do caminhão) desde o pré-gate até o terminal. Há milhares de tecnologias que poderiam ser utilizadas e aplicadas.


Esse projeto poderia ainda beneficiar empresas (startups) da nossa região para que fossem homologadas e pudessem integrar dados e informações. Por sinal, temos um Parque Tecnológico em Santos que está disponível para abrigar esse tipo de iniciativa.


Estamos conseguindo garantir a lei e a ordem quando o tema é segurança, mas ainda nos encontramos distantes do devido ordenamento nos acessos terrestres. A quem interessa tanto conflito e falta de investimentos para que possamos cumprir o alto crescimento de movimentação do Porto de Santos? Não dá mais para crescer sem ordem. Esperamos que o Estado possa criar a lei para resolver essa questão, quem sabe, com o apoio da Federação.


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