'Ninguém tem o direito de dizer o que é ou não cultura', diz secretário de Santos

Fala de Rafael Leal mostra um dos problemas no setor: o preconceito; fórum no Grupo Tribuna debateu o assunto

Por: ATribuna.com.br  -  03/12/23  -  16:22
Organizado pelo Grupo Tribuna, o décimo fórum deste ano reuniu gestores públicos, artistas e profissionais da área, debatendo as dificuldades enfrentadas, possíveis soluções e leis de incentivo e fomento
Organizado pelo Grupo Tribuna, o décimo fórum deste ano reuniu gestores públicos, artistas e profissionais da área, debatendo as dificuldades enfrentadas, possíveis soluções e leis de incentivo e fomento   Foto: Sílvio Luiz/AT

“Ninguém tem o direito de passar a régua e dizer o que é ou não cultura”. Foi assim que o secretário de Cultura de Santos (Secult), Rafael Leal, iniciou sua participação na décima edição do ano do fórum A Região em Pauta, que ocorreu na última segunda-feira (27), no Grupo Tribuna.


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A declaração que consta no parágrafo anterior não veio sozinha. Ela foi acompanhada de um firme e estridente: Cultura é tudo!”, pensamento este que, no entendimento do gestor público, deve permear toda a sociedade, desfazendo, por completo, preconceitos que possam existir em relação a qualquer trabalho artístico.


“As pessoas falam de alta cultura… Por que alta? Porque está ou não de chinelo? É um absurdo este termo. Precisamos ter respeito grande. Sempre querem rotular onde você está, dando destaque maior a um em detrimento do outro”, desabafou.


Sentado ao lado de Leal durante o evento, o produtor cultural Jamir Lopes concordou com estas falas. E, ainda que de forma mais contida, apontou qual precisa ser a visão geral para o setor, os artistas e o que é desenvolvido nesta área.


“Arte é tudo e qualquer manifestação, com dimensões simbólica, cidadã e econômica. Destas três, só a última é objetiva - as demais são subjetivas. Mas, toda manifestação humana artística é relevante”, finalizou.


Pensamento ideal
Dando sequência a sua linha de raciocínio, o secretário santista deixou claro, praticamente na abertura do seminário, que o brasileiro não pode diminuir a importância de seus costumes e tradições. Aliás, ele tem a certeza de que o sentimento que deveria inundar cada indivíduo desta terra é o orgulho.


“O que vem de fora é válido, mas a nossa cultura é mais. O carnaval é a maior manifestação de nosso povo, é nossa raiz. Falam de patriotismo, de cantar o hino, de usar bandeira… Isso é importante, mas tem coisa mais essencial do que respeitar a nossa cultura, o nosso povo? Veio daqui, surgiu aqui”, bradou.


Diante de tudo isto, o chefe da Secult terminou, assegurando que não vai permitir “que ninguém, por qualquer motivo, faça crítica” à arte deste País e/ou da Baixada Santista.


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