Tribuna do Leitor: quinta-feira, 25 de abril de 2024

Aeroporto

Bartolomeu de Gusmão. Este seria o nome ideal para o aeroporto comercial que se pretende instalar onde fica a Base Aérea de Santos, homenageando o ilustre santista inventor do primeiro aeróstato. Mas, na minha opinião, o local não é o ideal para o que os moradores da região desejam. O campo de pouso atual, com 1.400 metros, é perpendicular ao adensamento populacional de Guarujá e à Serra do Mar, com poucos espaços para pousos e decolagens de aviões de médio e grande portes. Na Serra do Mar, por sinal, são frequentes os nevoeiros, prejudicando o acesso por ambas as pontas da pista. Acrescento, ainda, a proximidade do Porto de Santos. O aeroporto da Base Aérea foi criado para jovens servirem as Forças Armadas pela Aeronáutica e fazer pequenos reparos em helicópteros. Eventualmente, recebia pequenos aviões. São essas as ponderações que faço, embora na minha idade, aos 85 anos, não pretenda mais viajar de avião. Nívio André de Rezende - Santos

Patriota fake

No meio da Revolução Farroupilha, o ditador argentino Rosas ofereceu ajuda aos farroupilhas para derrotar o Império e o general farrapo David Canabarro respondeu: “Senhor: o primeiro de vossos soldados que transpuser a fronteira fornecerá o sangue com que assinaremos a paz com os imperiais. Acima de nosso amor à República, está nosso brio de brasileiros. Vossos homens, se ousarem invadir nosso país, encontrarão, ombro a ombro, os republicanos de Piratini e os monarquistas de dom Pedro II”. Hoje, os patriotas encontraram em um bilionário perturbado por fantasmas alucinógenos um ditadorzinho para chamar de seu. Marcus Aurelio de Carvalho - Santos

Mudanças climáticas

Ele está à solta, livre como uma libélula, mesmo pesando mais de 4 mil toneladas: o iceberg A23a, o maior deles. Nas imagens do satélite que o “rastreia”, o iceberg vai seguindo a rota do Oceano Atlântico em direção à Ilha Geórgia do Sul, despejando milhões de litros de água doce. Vamos aguardar se El Niño ou La Niña irão fazer muito barulho por conta disso em 2024. Será que teremos mais outras libélulas congeladas e prontas pra sair passeando no congelado Atlântico Sul? Parece que o aquecimento global está cooperando pra isso. Deodoro Moreira dos Santos - Santos

Em busca de paz

Com relação à carta do sr. Cesar Tavares da Cunha, devo dizer que de nada adianta cobrar de qualquer político (cometendo aqui o pecado da generalização), pois sou useiro e vezeiro nessas cobranças e a única coisa que consegui recentemente foi o bloqueio no WhatsApp de uma pessoa que adentrou à política para servir na Assembleia Legislativa por cobrança daquilo que ela deveria fazer e não faz. Pior: todos são funcionários públicos temporários e pagamos os seus salários regiamente, mas a contrapartida está aquém do ideal. Se o Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores fossem empresas privadas, todos os dias ocorreriam demissões por justa causa por omissão. Pedro dos Santos Neto - Santos

Antigo Crei

É muito importante a construção, por parte do prefeito vicentino, de uma UPA para substituir o antigo Crei, que atualmente funciona na Av. Marechal Cândido Rondon, na Linha Amarela, em São Vicente. Com certeza, esse equipamento vai dar mais conforto e dignidade aos pacientes da rede pública. Tudo tem seu tempo e era primordial a demolição do antigo Crei, que durante muitos anos, com um pequeno espaço físico, procurou atender seus inúmeros pacientes com dignidade e responsabilidade. Esse espaço público, erguido com capacidade para atender em média 300 pacientes/dia, chegou a suportar até 1.200 assistidos em dias de pico. Por causa dessa demanda, foi ganhando andares e salas para acolher tantos pacientes. Como ex-secretário da pasta, sei que tudo o que se fizer na saúde pública é pouco perto das demandas e carências, mas a certeza que se está fazendo o máximo possível é o melhor remédio para o administrador público. Paulo Lacerda - São Vicente

Futebol

Disputar uma partida de Série B já é algo melancólico por si só, ainda mais em um estádio vazio. O que se viu na estreia do Santos na competição, diante do Paysandu, foi um misto de apatia, choque de realidade e pavor - ao menos no primeiro tempo, quando a atuação santista foi abaixo da crítica. No segundo tempo, o Santos melhorou na partida - principalmente após a entrada do atacante Pedrinho - e conquistou a vitória. Contudo, o sinal de alerta foi ligado: a Série B não será nada fácil. O torcedor não espera ver o Santos jogando um futebol de encher os olhos, dando espetáculo, mas quer um time com a mesma disposição do Paulistão. No fim, o que vai determinar o sucesso ou não do Peixe na competição será a postura dos jogadores em campo. Jogando com humildade e determinação, o Santos tem tudo para conquistar o acesso à Série A do Brasileirão. O torcedor só espera não apelar para o sal grosso novamente. Guilherme Rodrigues Simões - Santos