Tribuna do Leitor - 2 de abril de 2021

Nesta edição, com as participações de Valter José Vieira, Ademir Alonso Rodrigues, João Carlos de Carvalho e Fernando Martins Braga

Por:  -  02/04/21  -  11:45

Mais capacitada
A sociedade assiste ao caos pacificamente. Existem segmentos interessados no quanto pior, melhor. É impossível o contribuinte pagar cinco meses de salário em impostos e assistir a empresas estatais deficitárias, com dívidas de R$ 21,5 bilhões. A dívida pública foi de R$ 5,01 trilhões em 2020. Não há redução de despesas e sempre optam pelo aumento de impostos, mais simples e rápido, sem nada oferecer em troca, atendendo somente a interesses políticos. O governo tem consciência, planos e metas, mas a burocracia e o entrelaçamento dos Três Poderes impedem o processo de renovação, que se arrasta por décadas. Estado pesado e empréstimos internacionais cada vez mais caros. A nação, se caminhar unida pela governabilidade, apoiada no tripé imaginação-criatividade-iniciativa, sairá desta situação mais capacitada. Deixar para depois, só complica o processo.
VALTER JOSÉ VIEIRA - SÃO VICENTE


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Mudaram a lei
Nos anos 1990, a Itália foi abalada pela Operação Mãos Limpas, que passou a prender políticos e empresários corruptos. Mas, nos anos que se seguiram, políticos editaram leis para protegerem-se e dificultar investigações. Fim daquela força-tarefa. Agora, neste país, o STF declarou que o juiz Moro foi parcial ao julgar o ex-presidente, que milagrosamente ficou rico, juntamente com a sua trupe. E como “prova” usaram gravações raqueadas, que perante a lei não poderiam ser aceitas, como proferiu um dos ministros presentes. Tal alegação foi rechaçada por um outro ministro, que no passado, havia defendido o mesmo princípio. Para finalizar, a ministra mudou o seu voto de 2018. Fim da Lava Jato. E, lembrando, o processo do triplex já havia sido julgado pelo TRF4, STJ e pelo STF, que acataram os argumentos do então juiz Moro. Um cidadão comum pode perguntar: ministros, o que mudou? "Uma vez, um juiz julgou quem havia escrito a lei. Primeiro mudaram o juiz e, logo em seguida, mudaram a lei", poema de uma canção, escrito em 1973, pelo cantor italiano Fabrizio De André. Fim de uma história.
ADEMIR ALONSO RODRIGUES – SANTOS


Cautela
Muito me entristecem as manifestações de Jair Bolsonaro e de Hamilton Mourão que tenho assistido. Sobre a covid-19, as frases do presidente como “é preciso enfrentar o problema de peito aberto e deixar de frescura”, “chega de frescura e de mimimi. Vão ficar chorando até quando?”, “a responsabilidade do lockout não é minha e, sim, dos governadores e prefeitos” e “não vou colocar meu exército para impor o lockdown”. O nosso valoroso Exército não é propriedade dele. Mourão disse que “não podemos impor o lockdown pois não somos uma ditadura”. A covid-19 não é frescura, mas doença que já matou mais de 300 mil brasileiros. Faltaram medidas sanitárias em portos, aeroportos e fronteiras. A população, devido às controvérsias sobre o vírus, ignora os protocolos, o que contribui para sua disseminação. O comércio reclama, com justiça, sobre as consequências do lockdown, que culminam com desemprego ou encerram suas atividades, afetando a Economia. Será que alguém lembra do vírus Ebola na África? É necessário haver mais cautela nas ações e manifestações; assim espero.
JOÃO CARLOS DE CARVALHO – SANTOS


Exemplo
Quando um povo tem a humildade como paradigma, pode dar muitas lições aos outros. É isso que estão fazendo os dois países mais populosos do mundo, Índia e China. Os dois estão fabricando insumos e vacinas para esta pandemia. Antes, faziam pesquisas para novos remédios. Os insumos vacinais foram desprezados pelos grandes laboratórios, mais preocupados com novos remédios, mais lucrativos. Os países mais populosos, no entanto, não desprezaram a produção de insumos porque sabiam que eram necessários, apesar de lucros menores. Por esse motivo, o mundo está hoje na mão deles. Infelizmente, ainda tem mandatários que preferem se aliar aos ambiciosos, em detrimento dos mais humildes, que estão nos dando lições de sabedoria. Afinal, são povos milenares que já deram muita contribuição à humanidade. Enquanto isso, aqui, desprezamos a Educação, a Saúde e a Segurança para ficar brigando entre nós. Não chegaremos a lugar nenhum desse jeito, a não ser ao caos que estamos vivendo.
FENANDO MARTINS BRAGA – SANTOS


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