Tribuna do Leitor - 11 de setembro de 2020

Na edição desta sexta-feira (11), participações de Juracy Cruz Junior, Luiz Vinagre, Marcelo De Mattos e Jose Francisco Martins Soares

Por: Da Redação  -  10/09/20  -  20:46

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Nome de ruas


Este periódico publicou ontem carta de um leitor se referindo a escolha e aprovação do nome de ruas pela Câmara Municipal. Moro na rua Saturnino de Brito e até acho que o engenheiro mereceria nomear uma avenida, ainda que não pequena a rua que atravessa praticamente todo o bairro do Marapé e abriga o templo católico São Judas Tadeu. O questionamento do leitor, porém, se faz em especial pelo fato de se ter dado a uma rua o nome de Marielle Franco. Segundo o leitor, esta senhora nada fez de relevante a Santos ou ao país, menos o fato de ser "ativista política". Pois bem, sobre o critério da Câmara Municipal, nada sei. Marielle, no entanto, se nada fez diretamente a Santos ou ao país, indiretamente, seu triste e lamentável fim acabou por deixar um legado. O seu trabalho foi conhecido e multiplicado na defesa dos Direitos Humanos (inclusive, da família de policiais abatidos em trabalho) e ao combate à discriminação de raça e de gênero, trabalhos estes reconhecidos não só no Brasil, mas em vários outros países. Entendo o questionamento de critérios das atividades políticas como válido, importante e necessário. Fundamental, na realidade. Não é válido com isso minimizar fatos e, pior, querer dar validade a argumentos chulos e que não enriquecem o debate, como a grosseira comparação da dita homenagem à possibilidade de igual tratamento ao nazismo. Assim não há debate válido, há retrocesso.
Juracy Cruz Junior - Santos


Realidade em fotos


Como repórter fotográfico, fiquei indignado com a postura de internautas ao duvidar das imagens captadas com maestria e inigualável sensibilidade pelo colega Alexsander Ferraz, que foram publicadas no jornal impresso e nas redes sociais. Diz um ditado que uma imagem vale mais do que mil palavras. Portanto, rebato àqueles fatídicos negacionistas esclarecendo que nossa categoria registra e deixa indelevelmente marcado na História todos esses momentos da natureza humana. No click de nossas câmeras, existe sempre o profissionalismo, a atenção e a honestidade de um repórter fotográfico, para informar visualmente a população dos fatos ocorridos. Instigo meu companheiro a manter a alta qualidade de seu trabalho, registrando tantas e quantas imagens forem necessárias no decorrer de seu trabalho, bem como agradeço a oportunidade de valorizar nossa profissão.
Luiz Vinagre - Santos


Caetano


“Aponta contra os chapadões meu nariz". Sejamos todos humanistas, o verso, reverso, anverso ao anti-ódio, o antídoto pautado pela efeméride da elite neoliberal. Sejamos verdadeiramente livres das arrogâncias do positivismo globalizado, do neopentecostal platinado ao jornalismo fraque-verniz. O poeta Caetano Veloso, em recente entrevista ousou "desafinar o coro dos contestes", anjo torto do nosso cancioneiro foi universalista, libertário ao desafiar, se contrapor ao conceito liberal supremacista, o docinho de coco das elites assépticas e da grande imprensa colonizadora e absolutista. Caetano dá o tom e surge como um istmo entre as circunstâncias poéticas do seu pensamento plumário e a cruel brutalidade cotidiana que ora vivemos, com milhões de mortes afagadas pelo genocídio institucional, o cerceamento a direitos essenciais, a tirania fundamentalista, o racismo e desintegração do país, embalado pela fácil narrativa hegemônica. As palavras de Caetano espraiam-se como um sol vertiginoso, nos alerta que não haverá país algum, aquém ou além, do que sonha a nossa vã liberdade de consciência, a expertise de algoritmos aderentes à celebração das falsidades lavajatista, da barbárie justificada pelo Estado liberal. Este liberalismo tão exultado pelas elites verde-amarelas é uma farsa periférica do capitalismo, uma falange amorfa expansionista, brutal, escravocrata, celebrante da fome e guerras. Caetano Veloso nos lembra que o inventor da guilhotina também morreu por ter pescoço.
Marcelo De Mattos - Santos


Justiça


Dallagnol é censurado e punido de imediato. Renan Calheiros e outros possuem uma série de processos e nada. Até quando? Muda, Brasil!
Jose Francisco Martins Soares - Santos


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