Brasil, um país de doentes

Elói Guilherme Moccellin. Presidente do Sindicato dos Médicos de Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá e Praia Grande

Por: Elói Guilherme Moccellin  -  15/04/24  -  06:32
  Foto: Nirley Sena

O Brasil é um país marcado por uma realidade preocupante: o sistema de saúde pública está a beira de um colapso, tornando-o um país de doentes.


Se, por um lado, o Sistema Único de Saúde (SUS) é reconhecido como um dos maiores do mundo e usado como modelo em muitos outros países, a falta de acesso a serviços de qualidade, a precariedade das estruturas de saúde e a desigualdade no acesso aos cuidados médicos agravam os sintomas dessa “doença” que afeta milhões de brasileiros.


Dados da Pesquisa Nacional de Saúde, divulgados em 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontaram que, de cada quatro brasileiros, três dependem exclusivamente do SUS para o seu cuidado. Ou seja, mais de 150 milhões de pessoas dependem de um sistema que sofre com o mau gerenciamento e a falta de investimentos financeiros.


Hospitais superlotados, falta de equipamentos e medicamentos, além de profissionais sobrecarregados, são cenas comuns em muitas regiões do país.


Situações que comprometem a qualidade do atendimento e a eficácia dos tratamentos, prejudicando a recuperação dos pacientes, contribuindo para o agravamento de doenças e o aumento da mortalidade.


A corrupção também é um fator que agrava a situação da saúde no Brasil. Desvios de verbas e recursos, superfaturamento de contratos e escassez de transparência comprometem os recursos destinados à saúde pública.


Outro aspecto que contribui para a mazela que assola nossa população é a falta de educação em saúde.


A insuficiência de informação e conscientização sobre hábitos saudáveis, prevenção de doenças e cuidados básicos de higiene resultam em um maior número de casos evitáveis.


A disseminação de informações falsas e a deficiência de programas educacionais eficazes prejudicam ainda mais a saúde dos brasileiros.


Entretanto, apesar dessa realidade preocupante, é importante ressaltar que existem iniciativas e profissionais comprometidos em combater esse mal.


Médicos, enfermeiros, pesquisadores e outros profissionais da saúde trabalham incansavelmente para oferecer atendimento de qualidade, mesmo diante de tantas dificuldades. E diversos projetos sociais e ONGs têm desempenhado um papel fundamental na assistência aos mais vulneráveis.


Para que o Brasil se cure dessa “doença”, é fundamental que haja um esforço coletivo, um desafio que requer a participação de governantes, profissionais da saúde e da sociedade como um todo.


É necessário investir mais recursos na saúde pública, garantir transparência e combater a corrupção nesse setor, além de promover programas educacionais voltados para melhorar a vida da população.


Somente através de um comprometimento conjunto poderemos transformar o Brasil em um país sadio, em que todos tenham acesso a cuidados médicos de qualidade, onde a saúde seja uma prioridade e todos tenham a oportunidade de viver uma vida plena e saudável.


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