O Brasil precisa voltar aos trilhos!

Os trens são uma questão de prioridade de investimento

Por: Rosana Valle  -  03/11/19  -  10:06
Proposta segue agora para a Comissão de Serviços de Infraestrutura (Foto: Divulgação)
Proposta segue agora para a Comissão de Serviços de Infraestrutura (Foto: Divulgação)   Foto: Divulgação

O governo brasileiro tomou uma decisão desastrosa décadas atrás!


Na contramão das nações mais avançadas do mundo, deixou de incentivar e investir em ferrovias no país.


A partir dos anos 50, o Brasil passou a privilegiar estradas e o mercado automobilístico.


As estradas de ferro, que começaram a ser construídas em 1854 pelo Barão de Mauá, caíram no ostracismo.


Hoje, a extensão da nossa malha ferroviária é a mesma de 100 anos atrás.


Temos 30 mil quilômetros de trilhos, enquanto a vizinha Argentina, com um terço do nosso território, tem 37 mil quilômetros.


Alguém vai dizer que o Brasil é um país de dimensões continentais, difíceis de serem interligadas por ferrovias.


Não é verdade, países maiores como Estados Unidos, Canadá, Rússia e China estão unidos de uma ponta a outra pelos trilhos, e possuem uma impressionante rede de trens regionais. 


Os trens são uma questão de prioridade de investimento.


E isso não acontece mais por aqui. São raros os aportes financeiros em ferrovias.


O exemplo bate à nossa porta: aqui na região, temos a estrada de ferro que liga Santos a Cajati, no Vale do Ribeira.


A linha operou entre 1915 e 2002.


Hoje, está desativada e praticamente sucateada, com áreas invadidas, estações destruídas, trechos com trilhos roubados e muito mato.


A empresa, que detém a concessão deste trecho, alega que não existe interesse econômico para reativar a operação dos trens.


A solução é discutida há tempos por técnicos e políticos, mas continua praticamente “parada na estação”.


Eu acredito que é hora de mudar este cenário.


No Congresso, apresentei o Projeto de Lei 5.232/2019, que institui o Regime Tributário para o Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura da Mobilidade sobre Trilhos (REMOBI).


Com isso, pretendo incentivar o transporte de cargas e de passageiros por meio de trens no Brasil.


A proposta visa promover a redução tarifária, a desoneração tributária do setor e a expansão da malha ferroviária em todo território nacional.


Assim, teremos passagens e fretes mais baratos para todos.


Uma das consequências diretas do aumento das ferrovias será a redução do número de caminhões nas rodovias.


Além disso, conseguiremos a redução da queima de combustíveis fósseis, cujo processo contribui muito para a emissão de gases poluentes na atmosfera, uma das causas do aquecimento global. 


Há mais de 25 anos uma fábrica de trilhos não é instalada no Brasil.


Entendo que a chegou a hora de mudar este cenário!


Os trens estão no imaginário e no coração do povo brasileiro. Este projeto pode ser uma chance real de trazer de volta a alegria e o avanço econômico que os trilhos e as locomotivas podem proporcionar!


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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