Um injusto revés para Jorge Jesus custa a Champions ao Benfica

Time comandado pelo ex-treinador do Flamengo evolui, mas vê sonho europeu virar pesadelo em jogo único

Por: Bruno Rios  -  18/09/20  -  09:34
  Foto: Divulgação/Uefa

A temporada 2020/2021 do futebol europeu mal começou e já proporcionou uma zebra daquelas com a precoce eliminação do Benfica na fase preliminar da Liga dos Campeões da Europa. O time de Lisboa ficou pelo caminho no principal torneio continental do mundo após perder para o Paok, da Grécia, por 2 a 1, na última terça-feira (15), mesmo tendo dominado quase toda a partida.


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Com o calendário apertado por conta da pandemia da covid-19, o jogo era único e o resultado negativo significou o adeus do treinador Jorge Jesus ao sonho de retornar à Champions - ao menos nesta temporada. A consolação é uma vaguinha na fase de grupos da Liga Europa. Convenhamos, bem menos do que o técnico almejava ao sair do Flamengo, no mês de julho.


Além disso, o tropeço prejudica a saúde financeira do time português, que segundo a imprensa local pode deixar de ganhar até 70 milhões de euros (algo em torno de R$ 450 milhões) nos próximos meses com direitos de TV, novos patrocínios e até uma hipotética arrecadação com bilheteria no Estádio da Luz, num eventual retorno do público às arquibancadas.


Ainda sobre o impacto nos cofres benfiquistas, a zebra na Champions acabará representando um alívio ao torcedor do Flamengo, que nas últimas semanas tem visto os nomes do meia Gerson e do atacante Bruno Henrique serem ventilados dia sim e dia não em Lisboa, após o ótimo rendimento deles sob comando de Jesus nos gramados brasileiros e sul-americanos.


É preciso destacar ainda que qualquer devaneio envolvendo a contratação de um camisa 9 como Cavani (não pela qualidade técnica do uruguaio, mas sim pelos valores estratosféricos pedidos por ele na negociação) fica para uma outra oportunidade, pois a prioridade será manter as contas em dia diante da ausência no maior torneio europeu.


Contudo, ao contrário do que se possa imaginar, mesmo com o vexame diante do vice-campeão grego, eu vi o Benfica jogar muito melhor que o adversário. O maior erro da equipe de Jesus foi não fazer com que o domínio em campo acabasse convertido em gols. Os brasileiros Everton Cebolinha e Pedrinho, por exemplo, abriram muitos espaços e deram trabalho à defesa do Paok.


O badalado treinador português errou em algumas escolhas, como tirar o ex-corintiano de campo na etapa final, mas deu para perceber uma equipe organizada na maior parte do tempo, com bom toque de bola, amassando os gregos mesmo na casa adversária e pecando nas conclusões. Uma falha que pode ser corrigida em breve.


Por isso, mesmo três dias depois do vexame na Grécia, creio que o Benfica tem tudo para largar bem em mais uma edição do Campeonato Português. Nesta sexta-feira (18), às 15h, os Encarnados jogarão contra uma das surpresas da última temporada, o Famalicão, na primeira de 34 rodadas da competição.


Se o time mantiver o ritmo de construção de jogadas demonstrado contra o Paok e caprichar nas finalizações, seja com mais treinos ou a contratação de um centroavante, os rivais Porto e Sporting que se cuidem. As risadas por conta do vexame na Champions e a aparente terra arrasada de hoje podem se tornar o combustível para um Benfica implacável e vencedor no futuro.


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