Pedrinho já figura no elenco principal do Corinthians há mais de um ano. Mas as idas e vindas entre o campo e o banco de reservas começavam a sugerir que ele deixaria para apresentar o melhor do seu potencial no exterior, quando fosse vendido. Do término da Copa América para cá, porém, o jogador virou a referência corintiana.
Diferentemente do são-paulino Antony, que, talento à parte, tem pouca vocação para o gol e muitas vezes fica refém da própria habilidade, Pedrinho tem driblado, passado e finalizado bem, tomando a decisão certa no momento preciso. Dessa forma, deu ao Corinthians a força ofensiva que é mercadoria escassa no esquema de Fábio Carille.
Com Fagner, Pedrinho forma uma dupla capaz de atormentar qualquer defesa pela direita. No último sábado, as jogadas dos gols na vitória por 2 a 0 sobre o Botafogo, marcados por Boselli e Everaldo, saíram dos pés dele. Na primeira, ele driblou Gilson e cruzou para o argentino marcar. Na segunda, bateu colocado e Everaldo marcou no rebote de Gatito.
A evolução de Pedrinho é fruto do amadurecimento técnico e físico do jogador. Apesar de franzino, ele se mostra mais apto a correr o tempo todo agora do que quando surgiu. Com a bola nos pés, demonstra lucidez e visão de jogo construídas a partir de atuações sem brilho, que terminaram em vitória graças ao pragmatismo efetivo do coletivo.
Se mantiver a forma, Pedrinho pode ser determinante para o Corinthians no segundo semestre. Com ele, a equipe ganha alternativa de peso para brigar pelo título da Copa Sul-Americana e, quem sabe, do Campeonato Brasileiro.