Após dois anos de pouco futebol e inúmeras confusões, quem diria, Neymar pode estar voltando ao lugar de onde nunca deveria ter saído. Se a permanência do atacante no Paris Saint-Germain já era tida como incerta, a enquadrada do xeque catariano Nasser Al Khelaifi parece ter sido a gota d’água para a saída do craque do clube francês.
Dono do PSG, Al Khelaifi, cá entre nós, até que demorou para botar ordem na casa. Afinal, quem paga a fortuna de 222 milhões de euros para contratar um jogador, na maior transferência do futebol mundial, tem o direito de cobrar. E Neymar precisa ser cobrado. Porque deu pouco retorno ao investimento milionário feito para tirá-lo do Barça, em agosto de 2017.
Agora, mesmo em baixa e com o nome envolvido em inquéritos policiais, Neymar ainda tem a sorte de poder retornar ao Barcelona. Com o aval de Messi, Suárez e outros ex-companheiros de clube, o jogador e sua família já estariam até procurando casa em Barcelona, segundo a mídia espanhola.
O retorno ao Camp Nou, onde ele teve grandes atuações e conquistas, era feliz e adorado pelos torcedores, é a chance de ouro para ele voltar a ser o jogador decisivo que sempre foi. Voltar a ser Neymar.
A oportunidade de redenção tem que ser acompanhada por um exercício profundo de reflexão. E de mudança de comportamento e conceitos. Neymar e seu pai, empresário e tutor, que já são milionários, têm que dar menos valor ao dinheiro, parar de ostentar e de viver como celebridades.
Se Neymar focar apenas em jogar bola, ao lado de Messi e outros grandes jogadores, em um ambiente que já conhece, ele pode retomar o caminho do sucesso. Disputar os principais títulos e pensar, de novo, em brigar para ser o melhor do mundo, em dois ou três anos.
Como escrevi aqui neste espaço, dias atrás, só Neymar pode salvar o Neymar.
Santos na torcida
A volta de Neymar ao Barcelona renderia ao Santos uma nova bolada. Se faturou R$ 33 milhões na transferência do atacante, do Barça ao PSG, o Alvinegro poderá receber ainda mais nesta negociação. O montante vai depender do valor da venda.
Como o PSG já deixou claro que pretende, no mínimo, recuperar o investimento feito há dois anos (222 milhões de euros, por volta de R$ 970 milhões), o Santos teria direito a cerca de R$ 35 milhões.
O montante equivale a 3,65%, percentual garantido pelo mecanismo de solidariedade da Fifa ao clube formador, calculado pelo tempo que o jogador esteve vinculado à equipe.