Lucas Veríssimo, não siga o (mau) exemplo do Robinho

Em 2005, o Rei das Pedaladas forçou a barra para ser vendido ao Real Madrid e se recusou a jogar pelo Santos por um mês

Por: Bruno Gutierrez  -  23/12/20  -  10:34
Veríssimo está chateado pelas recusas do clube em vende-lo ao Benfica
Veríssimo está chateado pelas recusas do clube em vende-lo ao Benfica   Foto: Ivan Storti/Santos FC

Se eu pudesse dar um conselho ao zagueiro Lucas Veríssimo, seria o que está no título desta coluna: Lucão, não siga o mau exemplo dado por Robinho em 2005.


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O zagueiro, por algumas vezes, pediu para não atuar em jogos decisivos para o clube na Copa Libertadores da América. Depois de muito refletir e ouvir conselhos do técnico Cuca, ele voltou atrás na decisão. Jogou e o Santos classificou chegando, agora, na semifinal da competição sul-americana.


Na última rodada do Brasileirão, Veríssimo não foi a campo por opção própria e o Alvinegro acabou sendo derrotado pelo Vasco da Gama em São Januário. 


Eu entendo a posição do Lucão. O jogador recebeu, por algumas vezes, a confirmação de que seria negociado. E em todas as oportunidades, o clube recuou na decisão. Todo jogador tem um ciclo num clube e todo ciclo se encerra em algum momento. Porém, sendo um atleta da base, cria do clube, essa barra forçada para ser negociado não faz bem nem a ele e nem ao clube. Não é a melhor forma de sair.


Querendo ou não, ele possui um vínculo contratual que precisa ser respeitado. E o Santos, em breve, terá um novo presidente. Andrés Rueda não precisará enfrentar a burocracia que enfrenta Orlando Rollo para negociar jogadores. Será mais fácil encontrar um caminho para as duas partes.


Em 2005, Robinho voltou da Copa das Confederações decidido a ser vendido ao Real Madrid. Se negou a jogar e treinar pelo clube. Uma novela que durou quase um mês. Enquanto o Santos empatava com o Juventude, sem gols, o Rei das Pedaladas estava com amigos jogando futebol society, por exemplo.


Diferente de Lucas Veríssimo, Robinho veio a público dizer que não jogaria mais pelo Santos. Retornou a atuar só depois que foi vendido. Num acordo para jogar até o final do turno do Brasileirão - 7 jogos, o número que ele utilizava no Peixe.


Jogou seis, sendo que cumpriu suspensão na sétima partida, contra o Paysandu, e por isso não viajou para Belém. Foi direto para Madri. Por algum tempo, a imagem de Robinho com o torcedor foi arranhada por esse episódio. Ele reconquistou o carinho do torcedor após voltar, em 2010.


O zagueiro não precisa passar por esse desgaste. Ele pode fazer um acordo nos mesmos moldes de Robinho. Aceitar jogar enquanto o Santos está na Copa Libertadores da América. A final é no dia 30 de janeiro. Dá para ele jogar, se o Alvinegro se classificar para a decisão, e depois ir para o futebol português.


Veríssimo iria para o Benfica, Jorge Jesus teria o seu defensor e o Santos teria seus interesses garantidos, não perderia um jogador importante na reta final da competição.


A solução é plausível. O que falta, agora, é diálogo e que as partes cedam um pouco. Mas, se recusar a jogar, é o pior caminho.


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