Cueva e Jobson são problemas que Sampaoli precisa resolver

Por terem custado caro e mostrado capacidade em outras ocasiões, o técnico não pode descartá-los

Por: Heitor Ornelas  -  16/08/19  -  20:46

Depois de seguidos atritos e críticas à diretoria do Santos, Jorge Sampaoli surpreendeu ao dizer que pretende ficar no clube por muito tempo. E já que é assim, ele pode começar resolvendo dois problemas que saltam aos olhos: Cueva e Jobson. Juntos, eles custaram mais de R$ 30 milhões aos cofres santistas e praticamente não foram aproveitados.


Cueva é o caso mais gritante. Ele foi mal nas poucas vezes em que atuou, tem postura desinteressada, já perdeu treinamentos por se atrasar e, mais do que tudo, não deveria ter sido contratado, ainda mais pelo que custou e pelo que já havia feito no São Paulo, time no qual começou como um foguete e terminou em baixa. Entretanto, já que integra o elenco, precisa ser trabalhado e conscientizado. Se não jogar para corresponder ao investimento de R$ 26 milhões – ou R$ 27 milhões, dependendo da cotação – ele tem no mínimo de ajudar em uma partida ou outra, ser útil, sair do banco de reservas e resolver. O Santos, e não apenas o treinador, também devem apoiar o jogador no que diz respeito ao nascimento prematuro de sua filha. Trata-se de um problema que tira a concentração de qualquer um, é fato, mas Cueva vem mal há muito tempo, desde o final da passagem pelo Morumbi, no ano passado.


Jobson veio por cerca de R$ 6 milhões, após um bom Campeonato Paulista pelo Red Bull. E, por incrível que pareça, ainda não jogou. Inicialmente, Sampaoli disse que o atleta estava com dificuldade de adaptação ao estilo de jogo e o colocou para atuar com os aspirantes. Agora, a justificativa é que o time está bem e não há espaço para mudança. A impressão que fica, na verdade, é que o treinador se arrependeu da contratação.


Jorge Sampaoli foi a melhor notícia do futebol brasileiro em 2019. O trabalho dele à frente do Santos é mais do que um exemplo, é um ponto de partida para acabar com a mediocridade de boa parte dos nossos treinadores, reféns de retrancas e responsáveis por jogos cada vez mais feios. Contudo, o argentino não está imune a falhas, e elas precisam ser corrigidas. As cobranças à diretoria – justas no conteúdo, mas equivocadas na forma – devem vir acompanhadas de soluções que fortaleçam a equipe e contribuam para a busca do título brasileiro.


Se conseguiu fazer Jean Mota render, ao menos por uns meses, por que não repetir a dose com Cueva e Jobson?


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