Enfim, o Santos apresentou algo próximo do que se pode considerar bom futebol. Em que pese a fragilidade da Inter de Limeira, a vitória por 2 a 0, na quinta-feira (30), foi conquistada graças a uma performance satisfatória no primeiro tempo. Com uma formação recheada de reservas, o Santos tocou bem a bola e passou o tempo todo no campo de ataque. Se a diferença no placar tivesse sido maior, não seria surpresa.
Agora, para conquistar o primeiro grande resultado à frente do time santista, o técnico Jesualdo Ferreira tem pela frente um Corinthians que, apesar de jogar em casa, deve ir a campo com uma equipe – titular ou reserva, dependendo do que Tiago Nunes escolher – voltada ao compromisso pela pré-Libertadores na próxima quarta-feira (5), contra o Guaraní do Paraguai.
Não que vá encontrar facilidade, mas o fato é que o português, que conseguiu dar descanso a jogadores importantes na última rodada, tem a chance de dar passo importante na busca por crédito junto aos torcedores com uma vitória. Afinal, o Santos estará diante de seu maior rival, e derrotá-lo em seus domínios será sempre especial, seja qual for a circunstância. Creio que essa deva ser a principal motivação de todos na Vila Belmiro. Melhor do que abusar da cautela e ficar preso à máxima de que empate fora de casa, ainda mais em um clássico, não é ruim, é acreditar no potencial e demonstrar fome de vitória, tendo em mente a vantagem apresentada pela condição desfavorável de quem está do outro lado – não bastasse a decisão que está por vir, o time corintiano vem de derrota para a Ponte Preta, por 2 a 1.
Em meio a prognósticos e estatísticas, os números podem animar os santistas. Afinal, a única vitória alcançada pelo time em Itaquera foi em situação semelhante: em 2015, mais preocupado com o Campeonato Brasileiro, que acabaria conquistando no final do ano, o Corinthians usou um time misto para enfrentar o Santos no jogo de volta da Copa do Brasil. E o Santos, que já havia vencido o jogo de ida na Vila, repetiu a dose na Capital: 2 a 1 – em tempo: os corintianos levam ampla vantagem nos jogos em sua casa contra os santistas. Em 12 jogos, são seis vitórias e cinco empates, além do tropeço de 2015.
Jesualdo Ferreira ainda não tem todos os jogadores à disposição. Mesmo assim, conta com material humano para armar um time que jogue com inteligência e busque a vitória com firmeza. É certo que o trabalho dele ainda está no começo e que uma eventual derrota não vai colocar tudo a perder. Entretanto, esse é um daqueles casos em que vale a pena arriscar.