Barcelona e a 'sina do camisa 10'

Clube catalão coleciona dramas envolvendo saída do principal jogador do time. Messi deve entrar na lista

Por: Bruno Gutierrez  -  26/08/20  -  12:00
A diretoria não está disposta a permitir que o craque argentino saia antes que seu contrato termine
A diretoria não está disposta a permitir que o craque argentino saia antes que seu contrato termine   Foto: Divulgação/FC Barcelona

O mundo do futebol ficou chocado e pasmo com a notícia, na última terça-feira (25), que Lionel Messi pediu para deixar o Barcelona. Com uma cláusula contratual que permite a rescisão unilateral, sem custos, ao final de cada temporada, o astro argentino busca novos ares ao ver que a disnatia culé chegou ao fim nesta temporada.


Josep Maria Bartomeu, presidente do clube, já anunciou que Messi está nos planos para a próxima temporada e que, se o maior ídolo barcelonista quiser sair, ele que encontre alguém disposto a pagar a multa de 700 milhões de Euros. Do lado de fora do Camp Nou, os protestos dos torcedores já começaram. Muitos estão insatisfeitos com essa diretoria, que deve deixar o comando do clube em 2021 sem deixar saudades.


No entanto, a saída de um ídolo, do camisa 10, de forma tumultuada, não deixa de ser novidade para o Barcelona. Pelo contrário, tem sido rotineira ao longo dos anos.


Diego Maradona atuou no clube entre 1982 e 1984. El Pibe não queria sair, mas mudou de ideia depois de saber que o presidente à época, Josep Lluis Núñez, queria negociá-lo. O relato foi feito pelo então agente do argentino, Josep Maria Minguella, no documentário "Fútbol Club Maradona". No mesmo filme, o então vice-presidente culé, Joan Gaspart, negou e disse que o representante de Maradona, Jorge Czysterpiller, foi quem forçou a transferência. O fato é que, 15 dias depois do último do atacante pelo clube, ele rumava para o Napoli, na Itália.


Romário jogou no Barcelona entre 1993 e 1994. O Rei da Grande Área havia sido campeão do mundo com a Seleção em 1994, eleito o melhor jogador do mundo no mesmo ano. No entanto. os problemas começaram em agosto daquele ano, quando o brasileiro não se reapresentou para a pré-temporada.


O Baixinho alegou que precisava de mais dias de férias. “Não me preocupa, mas é uma falta de respeito com todos seus companheiros... Suponho que algum dia ele aparecerá e então se aplicarão as regras internas”, avisou o técnico Johan Cruyff. Romário tentou forçar uma transferência ao Torino, para depois retornar ao Brasil, mas a proposta não foi aceita. Ele retornou para a Catalunha em clima amistoso, falando que cumpriria o contrato.


No entanto, a relação com o clube já estava desgastada, e em janeiro de 1995, ele retornava ao Brasil para atuar pelo Flamengo. Em fevereiro, durante uma entrevista para a Folha de S. Paulo, Cruyff disse que Romário era um jogador em decadência e que acreditava que o Baixinho não voltaria mais a jogar como no Barcelona ou na Copa.


Já Rivaldo jogou no Barcelona entre 1997 e 2002. O camisa 10 foi referência do clube meia década. No entanto, a ausência de títulos e alto salário pesaram na decisão do clube em rescindir o contrato do brasileiro. A torcida se dividiu entre críticas a direção e ao elenco. Rivaldo não foi exceção nessa bola dividida.


Também teve influência o comando de Louis van Gaal, desafeto de Rivaldo. O holandês pediu a contratação de Juan Román Riquelme para a vaga do brasileiro e queria colocar o meia no banco de reservas, o que foi descartado pelo camisa 10. Assim, Rivaldo abriu mão R$ 21 milhões e seguiu para o Milan.


Ronaldinho chegou ao clube em 2003 e seguiu até 2008. O Bruxo brilhou com a camisa azul grená, tendo sido aplaudido pela torcida do maior, o Real Madrid, dentro do Santiago Bernabéu. No entanto, o extracampo desagradava a direção do Barcelona. A vida noturna do camisa 10 com aparições em festas rendia piadas nos jornais e uma dor de cabeça para os dirigentes culés.


Em 2008, já em baixa, Ronaldinho sofreu uma lesão na perna direita que o tirou dos gramados por cinco partidas. O problema gerou uma crise entre o brasileiro e o corpo médico do clube, que dizia que não existia lesão. Quando parecia estar pronto para retornar, o Bruxo sofreu uma ruptura muscular na coxa direita, que encerrou a temporada para Ronaldinho. 


Ao final, ele foi vendido para o Milan. O ciclo de Frank Rijkaard se encerrou. Pep Guardiola foi contratado e deu início a dinastia, com Lionel Messi deixando a camisa 30 e assumindo a 10. Se Messi sair, quem será o novo camisa 10?


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