Barcelona e a 'ajudinha' da federação

Sem Suárez e Dembelé, catalães foram autorizados a contratar fora da janela de transferências para poder seguirem na luta pelo título espanhol

Por: Bruno Gutierrez  -  20/02/20  -  17:14
Braithwaite chegou por 18 milhões de Euros
Braithwaite chegou por 18 milhões de Euros   Foto: Reprodução/Twitter

Internauta, imagine o seguinte cenário: Você é torcedor do Santos, disputando ponto a ponto a liderança do Brasileirão com o Flamengo. Metade do campeonato já passou. O Rubro-Negro perde Gabigol, lesionado, por quase todo o restante da temporada. Pouco depois, Bruno Henrique também se machuca, fim de temporada para ele. A janela de contratações já terminou, mas a CBF abre uma excessão para que o time carioca contrate um reforço para a temporada. Com dinheiro de sobra, ele tenta tirar Rony do Atlhetico-PR, depois o Cano, do Vasco da Gama. Por fim, vai lá e tira o melhor jogador do Bragantino que, apesar de fazer má temporada, tem se destacado no campeonato. 


É justo?


Isto ocorreu, nesta semana, com o Barcelona. Luis Suárez lesionou o joelho, operou e só retorna em quatro meses, próximo do término da temporada. Depois, foi a vez de Dembelé se machucar e perder o restante dos jogos. Como o clube catalão, hoje, é o único que pode fazer frente ao Real Madrid em La Liga, Real Federação Espanhola de Futebol - sempre acusada de beneficiar os merengues, deu uma mãozinha pro rival.


Determinou que o Barcelona poderia se reforçar, desde que contratasse alguém que estivesse sem clube ou que atuasse dentro do futebol espanhol. 


A primeira indicação de Quique Setién foi Rodrigo, do Valencia. Mas o alto valor impediu a evolução das negociações. Depois, miro Willian José, mas a Real Sociedad não aceitou a proposta feita. Os catalães, então, contrataram Martin Christensen Braithwaite, do Leganés, por 18 milhões de euros. 


O atacante, de 28 anos, marcou 8 gols em 27 partidas. Atua, principalmente, como centroavante, mas pode atuar pelo lado esquerdo do ataque, ou mais centralizado, jogando atrás do segundo homem de frente.


Pensando apenas em manter a competitividade do campeonato, a federação abriu um precedente perigoso em favor do Barcelona. Será que, se fosse um clube menor, em situação semelhante, a manobra seria concedida? O Leganés, que perdeu o seu artilheiro, poderá se reforçar também, já luta contra o rebaixamento?


A resposta já imaginamos. Dificilmente, a Real Federação Espanhola de Futebol iria permitir tal manobra se fosse o Valencia, o Atletico de Madrid ou o Málaga nesta situação. Mas, como é o Barcelona, tudo pode. Parece ser melhor ferir a imparcialidade e beneficiar um grande do que ter um campeonato que possa terminar com muitas rodadas de antecedência.



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