A montanha-russa dos times

Os quatro grandes de São Paulo já passaram por vários altos e baixos neste início de temporada

Por: Alexandre Fernandes  -  09/04/19  -  00:49
Atualizado em 09/04/19 - 00:52

Escrevi este texto horas antes da partida de volta entre Santos e Corinthians, realizada nesta segunda-feira (8), pelas semifinais do Paulistão. Mas isso não fará muita diferença. Qualquer resultado só irá corroborar com essa relação esquizofrênica que temos com o futebol brasileiro.


Você já percebeu quantas vezes mudou de opinião sobre o destino dos clubes nesta temporada? O caso mais emblemático é o do finalista São Paulo. O torcedor iniciou o ano empolgado com as chegadas de Pablo e Hernanes e as saídas de Sidão e Rodrigo Caio. Em fevereiro, porém, essa expectativa já tinha se dissipado. O time jogando mal, eliminado da Libertadores na fase pré, técnico trocado por outro que não poderia assumir o cargo naquele momento...


Quem imaginaria que depois disso, garotos como Antony, Luan, Igor Gomes e Liziero se destacariam a ponto de derrubar o Ituano (que, acredite, era favorito nas quartas de final do Paulistão) e brigar de igual para igual com o Palmeiras nas semifinais até derrubá-lo nos pênaltis? E agora, como está o são-paulino? E nem vamos falar de Pato.


O Santos é outra montanha-russa: só alegria em dezembro, com a contratação do técnico Jorge Sampaoli. A empolgação começa a murchar com a demora do clube em contratar jogadores. Mas a confiança volta com o futebol envolvente que o time mostra logo nas primeiras rodadas do Paulistão. Enquanto isso, cai logo na primeira fase da Sul-Americana. Os reforços começam a chegar aos montes. A equipe já não joga tão bem como antes e o clube começa a ter problemas para pagar o elenco. Como prever o que vai acontecer no restante desta temporada?


E o Corinthians? Assim como os santistas, seus torcedores também se encheram de esperanças com a chegada de um novo treinador. Nesse caso, a volta de Fábio Carille. Mas o time iniciou o ano mal, com falhas grosseiras na defesa. Ao mesmo tempo, Gustagol se destacava no ataque. Enquanto ia bem nos clássicos, suava para avançar na Copa do Brasil contra times pequenos, como Ferroviário e Avenida, e até quando tinha uma vantagem mais tranquila diante do Ceará.


O Palmeiras era o clube que talvez mostrasse um horizonte mais nítido no início desta temporada. Milionário, campeão brasileiro, com o craque da competição (Dudu), com uma postura agressiva no mercado, apostando em alguns jovens destaques e contratando jogadores de peso. Esperava-se uma evolução do time. Mas não. Um futebol burocrático na maioria das partidas, centroavantes nem um pouco confiáveis, um técnico experiente, mas ao mesmo tempo teimoso, uma postura belicosa, do tipo "nós contra o mundo"... Apesar de tudo isso, jamais imaginaríamos a equipe caindo no Paulistão da forma como caiu.


Portanto, em se tratando de futebol brasileiro, é sempre bom ter cautela ao fazer alguma previsão sobre como será o amanhã dos clubes. Sem muita empolgação, mas também nada de depressão. Aqui, tudo pode mudar, e bem rápido.


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