Não se constrói uma casa sobre areia movediça

Minha desfiliação do PATRIOTA foi aprovada por unanimidade pelos juízes do Tribunal Regional Eleitoral

Por: Paulo Corrêa Jr  -  05/12/19  -  09:00

Depois de muita ansiedade, esta semana tive um desfecho feliz para a questão de minha desfiliação do PATRIOTA, aprovada por unanimidade pelos juízes do Tribunal Regional eleitoral – TRE/SP.


Para que esse processo seja entendido é necessário que eu exponha minha história no partido, os descaminhos e a difícil decisão que tive que tomar, mesmo sob o risco de não ver meu pedido ser atendido.


A verdade é que nunca me filiei ao PATRIOTA, mas sim, ao PEN51, sigla do até então simpático e acolhedor Partido Ecológico Nacional. Na ocasião, tinha plena convicção das dificuldades de montar um projeto político dentro de uma sigla pequena, sem longa história nem personagens de grande expressão no cenário nacional. Foi uma decisão complexa, porém feita de forma consciente e determinada.


Aos poucos e com muito trabalho, conquistei meu espaço e pude contribuir de forma significativa para a execução de diversos projetos que o partido tinha em mente. Assim, com muito orgulho, assumi a presidência estadual do partido e dividi com grande parte dos integrantes o esforço e a alegria de ver nossa sigla ganhar espaço no ambiente político do Estado de São Paulo e do País. Então, por algum motivo desconhecido, muitas coisas começaram a mudar e me incomodar. Uma delas, de conhecimento nacional, a vinda de Jair Bolsonaro para o partido, que exigiu a troca no nome do partido para PATRIOTA e na sequência deixou a todos nós falando sozinhos, abandonando a sigla e ingressando no PSL.


Mesmo assim, determinado a cumprir meu papel, fui reeleito no final do ano passado, tornando-me o único deputado estadual do partido em todo Estado de São Paulo. Ainda que eu tenha, aumentando consideravelmente meu número de votos se comparados à minha primeira eleição, o PATRIOTA não atingiu a “cláusula de barreira” e para não perder o fundo partidário nem espaço de TV, precisou incorporar um outro partido. E isso aconteceu com a chegada do PRP. Porém, de forma arbitrária, sem que os integrantes fossem consultados.


De lá para cá, tudo se perdeu. Ideias, objetivos, planejamento, enfim... Vi pessoas “importadas” do outro partido ocupando espaços importantes de pessoas que fizeram muito pela política nacional. Vi o PATRIOTA perder sua essência. Vi que aquele era o momento em que eu deveria mudar de ares. Então, entrei com o processo e tive meus direitos preservados tornando-me livre para decidir que caminho tomar.


Agora, aliviado e feliz pela justiça feita, começo um novo caminho para decidir onde será minha nova casa, onde eu possa dar continuidade ao meu trabalho, projetar uma nova trajetória e ter a certeza de que é possível construir um plano político sólido.


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