Em Tempo: Vale apostar

Começa oficialmente o primeiro Grand Slam de Tênis do ano, o Australian Open

Por: Marcio Calves  -  14/01/24  -  07:53
  Foto: Aaron Favila/Associates Press/Estadão Conteúdo

Com Novak Djokovic e Iga Swiatek como cabeças de chaves 1, no masculino e no feminino, começa oficialmente o primeiro Grand Slam de Tênis do ano, o Australian Open. Serão praticamente 14 dias de jogos, em melhor de cinco sets no masculino, sob forte calor. Agora é verão naquele continente.


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Na prática, a temporada de tênis começou em dezembro, com torneios preparatórios para o Australian Open. A expectativa maior era o retorno de Rafael Nadal, fora do circuito por quase um ano. Nesse período, fez até uma cirurgia de quadril, na esperança de alongar um pouco mais a sua brilhante carreira.


Nessa sua volta, fez três partidas, mas sentiu dores no quadril, e uma ressonância magnética apontou uma ruptura muscular – Nadal já voltou para a Espanha, para nova recuperação. Uma pena. Em forma, apesar da idade, ainda poderia ser um forte adversário até mesmo para o top five.


Aos poucos, infelizmente, o chamado big four está parando, abrindo espaço para uma nova geração que ainda não se consolidou. Roger Federer já se aposentou pela idade e por seguidas contusões e cirurgias, sobrando apenas Djokovic e Andy Murray.


A exemplo de Nadal, Guga e outros, Murray foi vítima de problemas no quadril, parando por algum tempo. Voltou no ano passado e até fez grandes jogos, porém, sem o mesmo punch de antes. Não pode mais, lamentavelmente, ser cogitado como um favorito até mesmo para torneios de menor porte.


Dessa forma, dos quatro, sobrou apenas o sérvio, número 1 do mundo, apesar dos seus 36 anos. Djokovic desafia o tempo com um tênis sólido, velocidade e um preparo físico invejável, digno de um jovem. É o chamado one to watch, numa tradução coloquial “o homem a ser batido”. Tanto é que no ano passado brecou a ascensão fulminante do espanhol Carlos Alcaraz, legítimo sucessor de Rafael Nadal. Pelo menos a curto prazo, os dois devem travar a disputa pelo posto de número 1 do mundo. Talvez o russo Daniil Medvedev possa se intrometer nesse caminho, apesar de sua instabilidade técnica/emocional. Há, ainda, o italiano Jannik Sinner, que terminou 2022 numa fase de clara evolução.


Vale observar o norte-americano Bem Shelton, de apenas 20 anos, que se intrometeu entre os grandes no US Open de 2023 derrotando Frances Tiafoe. Tem um estilo agressivo e joga sem medo.


Os demais, com Alexander Zverev, Stefanos Tsitsipas e outros, que sempre foram indicados como nova geração, até agora não se consolidaram, alternando grandes momentos e até decepções. Pela juventude, podem continuar evoluindo, mas terão sempre em Djokovic e Alcaraz grandes obstáculos à condição de melhor do mundo.


Esse Australian Open será novamente especial para o tenista sérvio, que, em 2022, foi impedido de disputar o torneio por não ter se vacinado contra a covid-19. Djokovic foi até preso e julgado, além de ter o visto cancelado e literalmente deportado. E mais: teve que arcar também com os custos judiciais de uma sessão que demorou quase nove horas. Ficou com a imagem desgastada por endossar uma posição antivacina. Foi também banido por três anos no país, mas essa punição foi derrubada pelo Ministério da Imigração.


Na chave principal, de simples, o Brasil já tem confirmadas as participações de Bia Haddad e Thiago Wild. Bia, atualmente número 11 do ranking da WTA, está em forma e tem tudo para fazer uma grande campanha. A paulista entrou no torneio como cabeça 10 e até deu sorte, estreando contra a tcheca Linda Fruhvirtova. Talvez tenha maior dificuldade apenas na terceira rodada, quando poderá cruzar com Magda Linette. Um jogo complicado, mas em aberto.


Bia Haddad depende muito de seus jogos iniciais para ganhar confiança e avançar para a segunda semana. Thiago Wild, contudo, não deve ir longe na chave, jamais se confirmou como tenista de potencial digno dos melhores do mundo.


Nas duplas masculina e feminina, o Brasil terá Luiza Stefani, Ingrid Martins, Marcelo Melo, Rafael Matos e Marcelo Demoliner. Bia Haddad também disputará o torneio de duplas, numa parceria com a americana Taylor Towsend. Stefani e Melo são os que reúnem mais chances de atingir a fase decisiva.


Façam suas apostas!


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