A volta de Rodolfo Rodriguez a Santos

Ex-goleiro campeão paulista em 1984 prestará apoio ao Peixe

Por: Marcio Calves  -  31/03/24  -  06:30
Ex-goleiro uruguaio marcou época no Santos e foi campeão paulista em 1984
Ex-goleiro uruguaio marcou época no Santos e foi campeão paulista em 1984   Foto: Raul Baretta/Santos FC

Rodolfo Sergio Rodriguez Y Rodriguez está pronto para voltar a Santos. As malas estão quase prontas. Antes do Brasil, porém, vai a Lima, no Peru, por razões particulares. O ex-goleiro do time campeão paulista em 1984 não se conforma com a queda do Santos para a Série B do Campeonato Brasileiro. Atualmente, porém, vive intensamente a possibilidade de o Peixe conquistar o Campeonato Paulista, numa decisão em duas partidas, uma na Vila Belmiro, neste domingo (31), outra no dia 7 de abril, no Allianz Parque. Está confiante e lembra uma célebre frase: “A Vila Belmiro intimida”.


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A vinda a Santos no próximo mês tem um objetivo central: prestar apoio ao time no início de uma longa caminhada que espera terminar com o retorno para a Série A do Brasileirão. Rodolfo Rodriguez disse que o início da competição nacional é o momento exato para todos se unirem em torno do time. Sem união e comprometimento coletivo, a tarefa será mais difícil. Em conversa recente, por telefone, o ex-goleiro uruguaio revelou que assumiu intimamente o compromisso de vir a Santos na estreia da Série B em 2024 assim que o time foi rebaixado, em 2023. “Até hoje não me conformo, prometi que iria a Santos no primeiro jogo e vou cumprir”.


Enquanto isso, Rodolfo vive intensamente o atual Campeonato Paulista, cuja decisão começa neste domingo. “Nosotros vamos a ganar... el equipo va muy bien”. A conversa, de repente, rumou para 1984, quando o Santos foi campeão paulista, no Morumbi, contra o Corinthians, vencendo por 1 a 0, gol de Serginho Chulapa. O centroavante hoje se recupera de uma contusão no braço, em razão de uma queda em casa, o tal acidente doméstico que preocupa muito os mais velhos. Serginho, segundo informações, prometeu ir hoje à Vila Belmiro.


Segundo Rodolfo Rodriguez, além da qualidade técnica individual de muitos jogadores daquele time, o fator principal era a união dentro e fora do campo. Na opinião do ídolo dos santistas, o time atual também demonstra um grande sentido coletivo. O ex-goleiro evitou dar um palpite, mas apostou na vitória. “Vamos ganhar em casa e depois veremos".


O ex-goleiro não esquece de todos os momentos que viveu no Santos, seja no Brasil ou no exterior. Um deles foi no Japão, quando o Peixe foi disputar um hexagonal, oficialmente chamado de Copa Kirin. Entre os participantes, estava a seleção do Uruguai, outra grande paixão de sua vida como atleta. Para a final, por ironia, se classificaram o Santos e o selecionado uruguaio.


Foi um jogo tenso, muito disputado, que num determinado momento virou “briga generalizada”. Rodolfo rigorosamente se viu em apuros, não podia brigar e ainda tinha que tentar acalmar os ânimos. Afinal, eram amigos e compatriotas. Rodolfo era capitão do Santos e do Uruguai. “Esse momento foi difícil, eram meus amigos”. No final, o Santos venceu por 4 a 2 e foi campeão, com Mirandinha, ex-Portuguesa, como centroavante, emprestado pelo então presidente Oswaldo Teixeira Duarte para ser valorizado e negociado. Tempos depois, se transferiu para a Inglaterra - ele foi um dos primeiros brasileiros no futebol inglês.


Na longa conversa, Rodolfo Rodriguez também lembrou de uma disputa na Copa Libertadores, com dois jogos seguidos na Colômbia, um em Cali e outro em Bogotá. Na segunda partida, o ídolo santista foi covardemente agredido por um adversário, num momento de reinício de jogo, o tradicional tiro de meta. O colombiano se prontificou a buscar a bola e ao entregá-la desferiu um soco, quebrando quatro dentes do goleiro santista. Rodolfo não aceitou a substituição imediata, mesmo com muito sangue na boca. Controlou a situação com um chumaço de algodão, mesmo contrariando a regra. Naquela época, vale lembrar, não havia VAR nem transmissão de televisão de todos os jogos. A Libertadores era uma verdadeira guerra.


Alguns minutos depois, o atacante colombiano recebeu um lançamento em profundidade e tentou entrar na área. O “choque involuntário” foi inevitável, terminando com o adversário sofrendo uma séria contusão no joelho. Depois disso, Rodolfo aceitou a substituição. Tempos depois, lembrou um de seus velhos princípios, na defesa do seu gol: “A pequena área é minha, ali mando eu. Saiam da frente...”. Uma lição para muitos goleiros brasileiros.


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