Onde Investir: A caderneta resiste às novidades do mercado

Segundo o Banco Central, a aplicação mais conservadora do mercado tem saldo de R$ 983 bilhões

Por: Marcelo Santos  -  13/01/24  -  05:53
  Foto: FreePik

Investimento odiado pelos analistas, de baixa rentabilidade, a caderneta de poupança ainda atrai a confiança de muitos brasileiros. Segundo o Banco Central, a aplicação mais conservadora do mercado tem saldo de R$ 983 bilhões. Ela tem sofrido fuga de recursos não pela falta de competitividade com outras opções, mas pelo endividamento da população, que não consegue poupar ou usa essa reserva para pagar suas dívidas.


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No ranking do jornal Valor, a poupança rendeu 8,04% no ano passado, superando com folga a inflação de 4,62%, mas bem atrás do CDI (13,04%), referência da renda fixa. Como a taxa Selic está acima de 8,5% (exatos 11,75%), a caderneta (regra antiga ou nova) rende 6,17% mais a TR, que varia diariamente e hoje garante 8% em média.


Com essa regra engessada, a poupança impede de aproveitar ganhos propiciados por tendências cíclicas, como a alta da Selic, que fez outros produtos (CDB, Tesouro Direto, fundos incentivados) pagarem mais. Agora, há o inverso. Com o recuo da Selic, os capitais fluem para Bolsa, imobiliários, multimercado e criptomoedas.


A caderneta tem outra desvantagem, que é o rendimento só no aniversário mensal. Se o investidor precisar sacar no 29o dia, perderá toda a rentabilidade acumulada antes. Em outras aplicações, com liquidez (o dinheiro não fica preso), os ganhos acumulam e podem ser devidamente usufruídos. No Tesouro Selic, o dinheiro é liberado com todo o rendimento já obtido.


Além disso, não é verdade que a caderneta é mais segura. Se o banco quebrar e o investidor tiver recursos acima do Fundo Garantidor (FG), de R$ 250 mil por CPF na instituição, perderá o excedente. Se você for um grande poupador, o melhor é ter depósitos até esse limite em instituições diferentes, lembrando que se houver uma quebradeira geral, o FG cobrirá até R$ 1 milhão por CPF somando os saldos em diferentes bancos. É mais difícil Tesouro dar calote do que banco.


Mas o investidor deve deixar o dinheiro numa aplicação se assim consegue dormir com tranquilidade. De nada adianta ouvir o conselho do analista ou do gerente do bancos e experimentar novidades que só causam medo. O melhor caminho é estudar as opções na internet, onde há muita informação. Comece com valores pequenos, saboreando novas rentabilidades (aprendendo com eventuais perdas também) para testar seu perfil de investidor.


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