Mudanças pontuais para 2024

Marcelo Eduardo Santos, editor de Economia

Por: Marcelo Eduardo Santos  -  30/12/23  -  06:48
  Foto: Imagem Ilustrativa/Pixabay

A apenas dois dias do próximo ano, o investidor deve aproveitar para rever sua estratégia para o mercado financeiro, o que não exige desfazer sua carteira ou partir para uma mudança radical. Antes de buscar opções, é fundamental observar as tendências dos principais referenciais – inflação, juros básicos e dólar. A moeda americana costuma surpreender, mas se espera uma estabilidade ou uma queda moderada devida à fartura dela no País, com uma balança comercial folgada, investimentos externos no setor produtivo e possível aumento de ingresso de fundos estrangeiros na Bolsa.


Para a inflação (e também Selic) a dica é acompanhar as previsões semanais dos analistas compiladas no Boletim Focus pelo Banco Central (saem todas as segundas-feiras). Há uma aposta no bom comportamento dos preços, mantendo o IPCA dentro da meta do BC, o que implica numa continuidade da queda dos juros básicos. A expectativa é derrubar a Selic para a faixa dos 9% ao ano, com os mais empolgados sonhando com 8%.


Chegou a hora de decidir o que fazer ao longo de 2024. Depois de observar as tendências para o dólar, inflação e Selic, olhe para o exterior. Espera-se que os EUA passem a reduzir os juros de lá no primeiro semestre, o que aumenta o apetite pelo risco – como os títulos americanos podem começar a pagar menos, os grandes investidores, como os fundos gigantes, devem buscar os emergentes mais confiáveis em busca de melhor retorno. E se a China permanecer com um crescimento ainda que moderado, os preços das commodities (agronegócio, minérios e petróleo) ainda se manterão vantajosos para o Brasil. Ações que produzem essas matérias-primas ou insumos poderão valorizar.


Juros mais baixos estimulam o consumo no varejo e investimentos na produção, assim como há mais disposição para tomar dinheiro emprestado – bom, para ações dos bancos. Se a Selic cair, a renda fixa perde atratividade, apesar de um juro básico de 9% estar longe de ser decepcionante (hoje é de 11,75%). Com um dólar a R$ 5, como o Focus aponta para 2024, as empresas exportadoras devem continuar vigorosas. No fim das contas, varejo, construção, bancos e indústrias poderão vislumbrar crescimento – isso se o governo controlar seus gastos e uma guerra não convulsionar o mundo. Em caso de revés, será fundamental ter uma boa reserva de emergência.


Antes de escolher fundo de investimento

Há alguns indicadores a observar antes de escolher um fundo, segundo o app de finanças Gorila. Comece pelo sharpe, que compara aplicações de retornos parecidos e qual tem menor risco – esse índice deve superar 0,5. Veja ainda se o preço da cota do fundo oscila muito, a rentabilidade relativa (comparação do fundo com uma referência, como Ibovespa ou CDI), o drawdown (oscilação entre o preço máximo e mínimo) e se o patrimônio do fundo é maior que a soma do dinheiro aplicado pelos cotistas.


Criptomoedas - disparada das altcoins

Nas últimas semanas, as altcoins (todas as criptomoedas, exceto o bitcoin) é que avançaram. Algumas delas valorizaram entre 5% e 30% por dia! É o caso de stacks, mina, lido, avalanche. A aave (figura), por exemplo, subiu 19% em 24 horas na quarta-feira. Mas assim como disparam, elas podem despencar rapidamente. Outro problema é conseguir acompanhá-las para saber a hora de entrar ou sair. Os mais experientes concentram em bitcoin e ether, deixando uma pequena parte, como 10%, para altcoins.


Melhores e piores investimentos do ano

O bitcoin é o melhor investimento do ano, com alta de 135%, segundo o jornal Valor, à frente do Imob, índice de ações do setor imobiliário, com 53%. A seguir, vem o Idiv, de empresas de dividendos (27%), Ibovespa (22%), IBRx 50 (50 ações mais negociadas), 20%, IMA-B 5+(Tesouro IPCA com vencimento a partir de cinco anos), 19%, e ISE (carteira de ações de empresas sustentáveis), 19%. Os piores foram dólar comercial (-8%), dólar Ptax (-7%), Ouro B3 (-6%) e euro comercial (-4,7%).


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