Hora de planejar investimentos para 2024

Antes de entrar nas oportunidades, o investidor não deve dar um cavalo de pau no que tem hoje

Por: Marcelo Santos  -  16/12/23  -  06:57
A Bolsa é considerada a grande oportunidade para 2024
A Bolsa é considerada a grande oportunidade para 2024   Foto: Imagem ilustrativa/Pixabay

O leitor deve ficar de olho em dois fatores para se guiar para as melhores opções de investimento do próximo ano – a Selic ainda está elevada, mas cai 0,50 ponto a cada reunião do Banco Central e os juros americanos, estabilizados, poderão começar a recuar entre março e maio. Há outros referenciais, como dólar, gasto público e inflação.


Antes de entrar nas oportunidades, o investidor não deve dar um cavalo de pau no que tem hoje. É preciso manter reserva de emergência, priorizando segurança e não a rentabilidade, como Tesouro Selic e CDBs de bancos sólidos de alta liquidez (saque imediato).


A reserva de emergência pode equivaler a seis vezes a média de suas despesas mensais (um pouco menos ou mais que isso conforme seus riscos, se solteiro ou com filhos, entre outras situações). Atingindo esse montante, basta seguir para ativos conservadores e moderados, mas sem tanta liquidez (ficam retidos algum tempo), pela compensação de ter uma renda melhor. São títulos IPCA do Tesouro Direto, e privados, como CDB, LCI, CRI, CRA e debêntures (títulos de empresas que pagam juros ao investidor). Como esses papéis podem ter valores elevados para o pequeno investidor, como R$ 1 mil, e embutem risco (não receber os juros prometidos por algum problema), a melhor saída é investir via fundos. Comparece taxas de administração e a rentabilidade nos anos passados – e não só nesse - para investigar a solidez do gestor nas grandes crises.


Ainda no segmento dos fundos, os de debêntures incentivadas estão na moda. São papéis cujos recursos serão usados em projetos de infraestrutura e, por estímulo do governo, não têm Imposto de Renda. Portanto, a parte ao redor de 20% que iria para a Receita Federal fica com o investidor. Os FI-Infra, outra modalidade isenta, mas com cotas negociadas em bolsa (custam ao redor de R$ 100), parecido com fundos imobiliários, também são bem acessíveis. Mas atenção, os valores dessas cotas variam e, assim como os fundos imobiliários, são renda variável, ainda que bem mais estáveis que ações.


Com 70% a 90% dos seus recursos nesses investimentos mais seguros, avalie o restante para a renda variável (ações e seus fundos, dólar, criptomoedas). Diversifique sempre e estude o que vai comprar. Não basta investir no que é bom e promissor, mas que também está barato. Oriente-se com a corretora e perfis de economistas sérios e experientes no mercado.


Tesouro Direto em queda

Bastou a Selic cair mais 0,50 ponto e o BC americano sinalizar queda de juros por lá que as taxas do Tesouro Direto recuaram rapidamente. Com prefixados antes de 12% e Tesouro IPCA ao redor de 6% mais inflação, respectivamente, agora estão perto de 10% e 5% a 5,5%. O Tesouro IPCA já pagou 3% há alguns anos e as taxas atuais ainda são historicamente atraentes, lembrando que os títulos do governo são os investimentos mais seguros. Lembre-se: Tesouro Selic reflete imediatamente os novos juros.


Dois lados das ações

A Bolsa é considerada a grande oportunidade para 2024. Mas há duas frentes possíveis. A de empresas consolidadas, menos voláteis e que pagam dividendos. São companhias de eletricidade e bancos, por exemplo. A outra frente é do segmento de commodities, como mineração, petróleo e agropecuária, voláteis por terem seus produtos ou insumos negociados em bolsas de mercadorias, bem instáveis, e sob efeito do câmbio. Há ainda ações de small caps, arriscadas, mas de forte potencial de ganho.


Criptomoedas voltam ao radar

Quem já investia em criptomoeda sofreu com a queda das cotações desde o ano passado, mas o quadro se inverteu. A notícia de que ETFs (fundos com cotas negociadas em Bolsa) de criptos serão autorizados nos EUA e tendência de queda dos juros pelo mundo já forçaram a alta das moedas digitais. O bitcoin já subiu 160% neste ano. Há várias modalidades para descobrir, como altcoins, stablecoin, defis, utility tokens e NFT, além dos famosos bitcoin e etherium.


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