Com 165% de ganho, o bitcoin voltou

Desde o dia 1º, o bitcoin engatou uma alta de 18%, patamar que não é raro na Bolsa

Por: Marcelo Santos  -  09/12/23  -  06:30
Desde o dia 1º, o bitcoin engatou uma alta de 18%, patamar que não é raro na Bolsa, mas que não se tem em geral em tão curto prazo
Desde o dia 1º, o bitcoin engatou uma alta de 18%, patamar que não é raro na Bolsa, mas que não se tem em geral em tão curto prazo   Foto: Pixabay

Como em outras ocasiões, basta o bitcoin voltar a subir com força que uma multidão começa a comprar a criptomoeda com o sonho de uma instantânea e elevada valorização. Trata-se de fenômeno e erro comum a investidores inexperientes ou pouco afeitos com os dogmas do mercado financeiro. Deve-se investir na baixa, comprando barato, e, com um belo lucro, sair na alta, antes da queda. Não é fácil acertar se o ponto de baixa é realmente o fundo do poço e se o de alta é o topo, mas faz parte do risco. Mas ganância, desconhecimento e incapacidade de suportar grandes perdas costumam resultar em decepção, que faz muita gente voltar para a previsível renda fixa.


Desde o dia 1º, o bitcoin engatou uma alta de 18%, patamar que não é raro na Bolsa, mas que não se tem em geral em tão curto prazo. Neste ano, a criptomoeda já acumula ganho de 165%, batendo todas as outras opções de investimentos levantadas pelo jornal Valor, mesmo em situações individuais. As maiores subidas neste ano no Ibovespa são IRB, com 104%, e Ultrapar, 102%. O melhor índice até agora na Bolsa é o Imob (empresas imobiliárias), com 41%. O próprio Ibovespa cravou 16%.


Analistas apostam em mais expansão do bitcoin e os mais empolgados citam valor de US$ 1 milhão em três anos. Porém, previsões bem animadas já foram feitas e a divisa digital caiu do pico de US$ 67,5 mil em novembro de 2021 para US$ 15,8 mil, em igual mês de 2022, uma ruína de 76%. Fora isso, corretoras quebraram ou foram invadidas por hackers, escândalos de pirâmides abalaram o mercado, e a subida dos juros pelo mundo tirou muito dinheiro do segmento cripto.


Particularidades das criptomoedas também dificultam compreender o rumo das cotações. As baleias, que são megainvestidores, assim que acham que atingiram a valorização esperada, despejam bitcoins no mercado, derrubando os preços e frustrando pequenos compradores.


Com tantas surpresas, investir nesse mercado exige muita leitura e acompanhar notícias com jargões bem confusos e pedantes. Mas não se deve esquecer do fundamental, que é diversificar, desde a reserva de emergência e um bom capital em opções conservadoras, antes de se aventurar no alto risco, com uma pequena parte, como entre 1% e 5% nesse perigoso mundo cripto. Não é uma sugestão de investimento, portanto, peça ajuda a sua corretora.


Mais recomendadas para o mês

Sem grandes novidades, as 26 carteiras sugeridas pelas corretoras e casas de análise, compiladas pelo site ADVFN, definem mineração, petróleo e bancos como melhores opções para este mês. A líder é a Vale, com 16 votos, seguida de PetroRio, com 12, e Itaú Unibanco, com 11. Os analistas levam em conta os papéis de empresas com maior possibilidade de crescimento e preços ainda atraentes. Os outros destaques foram Sabesp (8), Weg e Localiza (7), e Vivara, Petrobras, Multiplan e BTG (6).


Melhores para dividendos e imobiliários

Para quem mira renda extra, além da valorização, as 17 carteiras compiladas pela ADVFN trazem a Vale como a mais recomendada do mês para dividendos, com 12 votos, seguida de Vivo, BB Seguridade e BB (8), Engie (7) e Petrobras, Itaú, CPFL e Copel (6). Para fundos imobiliários, de dez carteiras, o preferido é o BTLG (logística), com sete. A seguir, vêm PVBI/edifícios comerciais (6), XPML/shoppings e RBRF/FOF (5) e VISC, RBRR, KNCR, HGRE, BTCI e BRCO (4). Obs: FOF - fundos que investem em outros fundos.


Preferidas para small caps e BDRs

Para quem gosta de mais risco, as small caps (empresas de média capitalização) citadas para o mês são Iguatemi, com quatro votos, e Simpar, São Martinho, Santos Brasil, Petrorecôncavo, Grupo GPS, Fleury e Embraer, com três. Para BDRs, títulos negociados na Bolsa daqui que espelham ações dos EUA, a Microsoft teve quatro menções, seguida de Amazon (três) e NVidia, Coca, Chevron e United Health, com duas. Essas listas são apenas para monitorar as tendências e não são sugestões individuais de investimento.


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