Ações de petróleo e seus riscos

No caso dos dividendos extraordinários da Petrobras, mesmo que a suspensão desse pagamento seja confirmada, a estatal continuará fazendo uma das maiores remunerações da Bolsa, talvez de 10% sobre a ação, segundo economistas. Mas o risco de interferência do governo assusta muitos investidores. Se persiste a vontade de investir em petróleo, há outras opções na Bolsa: Prio, Petrorecôncavo, 3R Petroleum e Enauta – são juniors oil, companhias pequenas que prospectam em áreas que não interessam à Petrobras.

Porém, sem ter que investir fora do Brasil, é possível comprar BDRs das grandes petrolíferas, como Exxon, Chevron, BP e Shell. Porém, BDRs não são ações e sim papéis (recibos) que replicam o desempenho da empresa no mercado americano. Mas se quiser adquirir direto da fonte, em Nova Iorque, será preciso abrir conta em uma corretora estrangeira, lembrando que já há algumas especializadas em atender brasileiros. Tanto neste caso como com BDRs, fica-se exposto à variação do dólar, além da oscilação da Bolsa. Se a moeda americana valorizar, o investidor embolsa esse ganho, perdendo se for o contrário (o dólar cair).

Como essas empresas têm reservas de petróleo, a subida ou queda do barril também vai influenciar as ações dessa empresa. Por exemplo, se a cotação avançar 5%, o papel da Petrobras também vai ganhar, mas não necessariamente nesse percentual.

O preço do barril não está sujeito apenas ao aumento ou queda de consumo no mundo, mas também à geopolítica. É o caso de uma guerra que interrompe a navegação dos petroleiros ou a produção, gerando uma escassez. No fim das contas o que pesa mesmo são as decisões da Opep de cortar ou não a produção e se o estoque do produto nos EUA está em queda ou ascensão.

Com esses fatores (oferta, câmbio, interferência política e até tempestades no mar), as ações das petroleiras são muito voláteis (sobem ou caem bastante), o que pode causar perdas momentâneas ao investidor. Por isso, é preciso diversificar, comprando papéis de setores mais estáveis, como bancos, seguros e energia elétrica.

O investidor também precisa analisar a questão ética de investir em segmento poluidor ou avaliar o risco de ter o papel de empresa que poderá ficar para trás se a eletrificação dos carros começar a avançar mais rapidamente.

A COLUNA NÃO FAZ RECOMENDAÇÃO DE INVESTIMENTO. ELA É APENAS INFORMATIVA PARA O INVESTIDOR, CONFORME SEU PERFIL, TOMAR SUAS DECISÕES.