Principais tendências tecnológicas em 2021

A necessidade de adaptações fez as empresas mudarem de postura em relação aos investimentos em tecnologia

Por: Leonardo Barbosa Delfino  -  27/04/21  -  11:14
 Organizações de todo mundo se viram obrigadas a enfrentar a aceleração da Transformação Digital
Organizações de todo mundo se viram obrigadas a enfrentar a aceleração da Transformação Digital   Foto: Divulgação

2020 ficou pra trás, mas deixou um legado que mudou para sempre a história da humanidade. Houve um movimento fortíssimo de aceleração da transformação digital, assim como uma adaptação urgente e necessária de hábitos e rotinas para que pudéssemos nos adaptar ao que chamamos de novo normal. Com isso, organizações de todo mundo se viram obrigadas a enfrentar a aceleração da Transformação Digital. A necessidade de adaptações fez as empresas mudarem de postura em relação aos investimentos em tecnologia.


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Para superar os desafios que ainda ficaram do ano passado e retomar o crescimento e a evolução dos negócios, as empresas precisam continuar investindo em tecnologia e na frequente adaptação dos seus processos e tecnologias para acompanharem as mudanças do mercado. Para isso, nada como apostar nas principais tendências de tecnologia que prometem enriquecer as estratégias de performance dos negócios.


Inovações no ar


O ano que passou foi horrível para a indústria aeroespacial — um de seus maiores clientes, a aviação comercial, viu várias companhias aéreas entrando em colapso como consequência da pandemia de coronavírus.


Mas os principais nomes da indústria garantem continuarem comprometidas com pesquisa e desenvolvimento, em particular com o preparo de aviões com impacto ambiental muito menor do que os convencionais. Em setembro, a Airbus apresentou três projetos de aeronaves movidas a hidrogênio.


No próximo ano, a empresa deve assinar um importante acordo com Alemanha, França, Espanha e Itália para desenvolver um grande drone com sistema não tripulado. O chamado Eurodrone deve começar a passar por testes em 2025.


Também em 2021, preste atenção para uma aeronave elétrica desenvolvida pela Rolls-Royce, a Spirit of Innovation. A empresa espera que a elegante máquina supere o recorde mundial de velocidade para uma aeronave elétrica, voando a quase 500 km/h.


Nova era nas compras


O ano de 2020 também foi um ponto de virada para os varejistas — neste caso, apesar de mudanças brutais, houve aquelas que parecem ter sido positivas, como a massiva migração de clientes para o ambiente online, devido ao isolamento social.


Nesta transição, o futuro indica um misto entre ambientes offline e online.


Por exemplo, a Amazon tem planos de expandir agora em 2021 suas lojas Go, que não têm pessoas trabalhando em caixas de pagamento.


Em vez disso, os clientes podem pegar os produtos que desejam e simplesmente sair da loja. Câmeras e um sistema de inteligência artificial rastreiam os itens tirados das prateleiras e garantem que a cobrança seja feita.


Mais de 20 lojas estão funcionando nos EUA e espera-se que a empresa comece a abrir lojas Go no Reino Unido até o final de 2021, embora a gigante online não tenha anunciado esses planos ainda.


Além de economizar no espaço necessário para os caixas e no pagamento de funcionários, as compras no estilo Go também minimizam o contato com as superfícies, o que poderia ser uma vantagem em um mundo pós-Covid.


A tecnologia de trabalhar em casa


Em menor ou maior medida, parece que trabalhar de casa veio para ficar.


Segundo uma pesquisa encomendada pela consultoria CCS Insights, 60% dos líderes empresariais na Europa Ocidental e na América do Norte esperam que pelo menos 25% de sua força de trabalho, e em alguns casos a totalidade de seus funcionários, trabalhem pelo menos parcialmente em casa — mesmo quando a pandemia passar.


Algumas grandes empresas já se comprometeram com o trabalho de casa. Em outubro, o Dropbox afirmou que todos os seus funcionários poderiam trabalhar de casa, o que é adotado pelo Twitter também. A Microsoft e o Facebook declararam ainda que um número significativo de seus funcionários pode trabalhar permanentemente em casa.


Esse é um novo mercado apetitoso para as empresas de tecnologia.


É esperado, por exemplo, o surgimento de mais e melhores ofertas de provedores de internet e de outras ferramentas tecnológicas necessárias para o trabalho de casa.


Vale ficar de olho também em serviços que facilitam a colaboração entre colegas trabalhando de casa. Neste sentido, cresceu a demanda pelos chamados quadros-brancos digitais, como o Miro e Mural, que oferecem uma representação visual de projetos e rascunhos desenvolvidos por uma equipe.


Carros autônomos


Nas ruas de Phoenix, no Estado americano do Arizona, mais de 300 carros se dirigem sozinhos, buscando e deixando passageiros sem nenhum motorista humano ao volante.


Faz parte do serviço Waymo One que, pela primeira vez para um serviço tão autónomo, foi disponibilizado ao público em outubro.


Com o suporte da empresa Alphabet, ligada ao Google, a Waymo está liderando a corrida dos carros autônomos nos Estados Unidos e, neste ano, planeja ampliar o serviço para além de Phoenix.


Mas os rivais não estão muito atrás. A Cruise, da General Motors, está testando seu produto em San Francisco, uma cidade onde o clima e o desenho das ruas são mais desafiadores do que a ensolarada Phoenix.


Em outubro de 2020, a Cruise recebeu permissão para testar seus carros autônomos sem um motorista humano como reserva. No horizonte está o lançamento de um serviço como o da Waymo, mas a empresa ainda não divulgou quando isto acontecerá.


A Lyft também está testando seus carros autônomos em San Francisco, mas acredita-se que ela esteja atrás da Waymo e da Cruise.


Enquanto isso, em dezembro de 2020, o Uber abandonou seu projeto de desenvolver seus próprios carros autônomos. A empresa vendeu sua divisão de veículos autônomos para a Aurora Technologies, que tem parceria com a Amazon e foca nos serviços de táxi e entrega de comida.


Na China, a AutoX está liderando o caminho no segmento. No início de dezembro, sua frota de 25 carros começou testes sem motoristas na reserva ou controle remoto em Shenzhen.


Impérios das Big Techs estremecidos


Nas últimas semanas de 2020, o tempo parece ter fechado no Vale do Silício, região da Califórnia que abriga grandes nomes da tecnologia como Google, Facebook e Apple.


No início de dezembro de 2020, reguladores federais dos EUA e mais de 45 promotores estaduais abriram um processo contra o Facebook, acusando a empresa de adotar medidas ilegais para comprar rivais e sufocar a concorrência.


Também em dezembro, a Comissão Europeia apresentou as propostas da Lei de Serviços Digitais e da Lei de Mercados Digitais — projetos de lei que reformulariam completamente a regulação das grandes empresas de tecnologia, conhecidas também como big techs.


No Reino Unido, a Autoridade de Concorrência e Mercados propôs um código de conduta, com valor jurídico, e recomendou que uma nova unidade de mercados digitais recebesse o poder de impor penas significativas.


O setor de tecnologia também está atento à postura do presidente eleito dos EUA, Joe Biden, sobre o assunto.


O democrata já se mostrou extremamente crítico às grandes empresas de tecnologia, em particular o Facebook.


Em uma entrevista ao jornal New York Times, ele defendeu a revogação de uma peça-chave da legislação que protege as empresas de redes sociais. A seção 230 diz que as companhias não são as principais responsáveis pelo conteúdo ilegal ou ofensivo postado por seus usuários.


As big techs, em particular Amazon, Google e Facebook, são questionadas também em relação à concorrência — ou a falta dela. O Google já está sob pressão neste ponto: em outubro de 2020, o governo americano entrou com uma ação acusando-o de violar a lei da concorrência para preservar seu monopólio sobre pesquisas na Internet e publicidade online.


As empresas costumam se defender deste tipo de acusação afirmando que operam em setores competitivos e fornecem serviços que só podem ser fornecidos por empresas muito grandes como elas.


Nos EUA, há também uma crescente mobilização para a regulamentação de uma política nacional sobre a privacidade de dados — como uma legislação já em voga na Califórnia.


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