Afinal, o que é blockchain?

Esse banco de dados, que não é nada convencional, está bem presente no nosso dia a dia

Por: Leonardo Barbosa Delfino  -  05/06/22  -  15:14
O blockchain é inviolável, “inderrubável” e bastante eficiente
O blockchain é inviolável, “inderrubável” e bastante eficiente   Foto: Adobe Stock

No começo de 2009, uma criptomoeda (moeda digital) chamada bitcoin foi lançada e, desde então, vem protagonizando uma grande revolução nos meios virtuais. O principal ingrediente do êxito do bitcoin é um sistema de registro que ficou um bom tempo sem ser notado: o blockchain, que nada mais é do que um banco de dados descentralizado. O que o faz tão importante é o fato de não ser um banco de dados convencional: o sistema funciona como um livro de registros, que é inviolável, “inderrubável” e bastante eficiente.


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O blockchain consiste em um sistema de registro que contém todas as transações processadas no sistema. Em tradução livre, o nome significa cadeia de blocos. Ou seja, um conjunto de informações registradas que é ligado a blocos de informações anteriores e sucessores. Esses blocos de informações também são públicos, no sentido de que todos os nós (participantes) da rede temos acesso a eles. Porém, quando processados, os blocos não podem ser apagados ou alterados. Além disso, novos registros só podem ser feitos mediante um processo de validação. Esse sistema, por ser distribuído, está em milhares de computadores. Quando uma atualização (legítima) é feita, todos as cópias são sincronizadas em questão de segundos. Pode até ser que um ou outro computador suma da rede, mas isso não afetará o sistema, pois todos os outros registros dos computadores da rede ainda permanecem lá.


Vantagens desse sistema
A estrutura em forma de cadeias de blocos torna o blockchain praticamente inviolável. Para conseguir adulterar algo, o invasor teria que controlar mais da metade da cadeia para realizar mudanças por consenso, o que é praticamente impossível. Outro aspecto a se considerar no blockchain é a transparência. As transações são públicas, o que significa que todos podem checá-las.


Aplicações no nosso dia a dia:
Serviços financeiros

O setor já percebeu que o blockchain pode ser usado para transações de pagamento e transferências de dinheiro. Afinal, pode tornar o processo mais rápido e, simultaneamente, prover mais segurança;


Transparência pública
Como os dados não podem ser apagados, tampouco adulterados, sistemas governamentais têm a opção de utilizar o blockchain para combater desvio de recursos públicos, facilitar auditorias e evitar fraudes em eleições, por exemplo;


Combate à lavagem de dinheiro e à corrupção
Por ser imutável, o blockchain pode servir de base para que essas medidas – que incluem o uso de sistemas de verificação de identidade, checagem de transações e detecção de movimentação suspeita de recursos, por exemplo – se tornem mais confiáveis e difíceis de serem burladas;


Gestão de identidade
O registro de usuários ou clientes em um sistema de blockchain pode combater a falsificação de identidades, o que seria útil, por exemplo, para o fechamento de contratos eletrônicos ou a transferência de propriedade;


Propriedade intelectual
O uso do blockchain também vem sendo considerado para a gestão de patentes e direitos autorais. Com a associação de uma obra a uma pessoa, o sistema poderia ajudar uma empresa a conferir se determinado indivíduo é mesmo autor do conteúdo que ele está oferecendo;


Contratos inteligentes (smart contracts)
O blockchain tem se mostrado particularmente relevante para um tipo de aplicação que ganha força: os contratos inteligentes (smart contracts). Nessa modalidade, um software elabora contratos com termos e condições conforme as circunstâncias existentes ou definidas. O assunto é relativamente novo; por isso, as ideias em torno do conceito estão apenas começando a surgir. Mas, como você deve ter percebido ao longo do texto, a tecnologia é essencial para o mercado e terá crescimento gigantesco. Viva a evolução desse universo!


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