Zona Franca do Conhecimento

Imagine um distrito urbano autossustentável, numa área planejada como smart city e com um sistema de governança compartilhada. Utopia? Nada disso

Por: Kenny Mendes  -  23/08/19  -  11:30

Imagine um distrito urbano autossustentável, reunindo universidades, centros de pesquisas, empresas e organismos públicos, entre outros setores, numa área planejada como smart city e com um sistema de governança compartilhada. Utopia? Nada disso.


Durante reunião da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na quarta-feira (21 de agosto), o reitor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Marcelo Knobel, expôs o projeto do Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS). Como ele bem definiu a proposta, o polo seria um modelo de “zona franca do conhecimento”.


O distrito, no qual cada instituição tem sua própria missão e visão de futuro desde que atenda aos princípios do desenvolvimento sustentável, está previsto para ser instalado em um espaço rente à Unicamp – uma área com pelo menos três vezes o seu tamanho atual. A meta é viabilizá-lo até 2030.


Entre os vários parceiros no projeto, estão Unicamp, Puccamp (Pontifícia Universidade Católica de Campinas), Facamp (Faculdades Campinas), centro de pesquisa da Cargill e Pólis de Tecnologia (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações - CPqD). Poderia até parecer um sonho inalcançável, mas a ideia – original e inovadora – está muito bem embasada. Tanto que o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) aprovou US$ 1 milhão para o desenvolvimento do plano diretor da área.


Confesso ter ficado maravilhado com a iniciativa, que, conforme revelou o reitor aos parlamentares, nasceu da sugestão de um aluno. Prova de que temos boas cabeças pensantes em nossas salas de aula. O único entrave até o momento, Knobel comentou, é saber em qual modelo jurídico encaixar o projeto – que, por ser completamente inédito, não encontra legislação prévia no País. É aí que entra a Alesp.


Enquanto vice-presidente da comissão, sugeri que o projeto seja encaminhado ao corpo jurídico da Casa para uma análise minuciosa. O objetivo é somar forças na elaboração de um plano jurídico com a finalidade de viabilizar a proposta, evitando-se posteriores embaraços.


Tem mais: propus, também, que a versão final da propositura – assim que estiver pronta – seja apresentada em plenário pela própria Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação, o que encurtaria seu tempo de tramitação dentro do Parlamento. Ambas as ideias foram bem recebidas.


Assim que assumi meu mandato, em março, não poupei esforços para conseguir fazer parte desse colegiado. Acredito que o desenvolvimento não só do estado, mas do país, passa necessariamente pela pesquisa, a economia criativa e a educação. Não foi por acaso que, no primeiro semestre, indiquei R$ 670 mil em emendas parlamentares para equipar o futuro Parque Tecnológico de Santos. Desde meus tempos como vereador em Santos, venho apostando em propostas inovadoras – algo que procurei trazer para a Assembleia Legislativa. Costumo dizer que uma boa ideia sempre puxa outra. Que essa corrente se fortaleça cada vez mais.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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