O susto foi grande, mas, ainda bem, o pior não se concretizou. Na sexta-feira passada, fomos surpreendidos com a notícia de que o Projeto Guri, programa sociocultural de inclusão por meio da música destinado a crianças e adolescentes paulistas, sofreria reduções. Somente na Baixada Santista, são seis polos. A repercussão, claro, foi imediata – e negativa. Mas, gerou uma saudável mobilização de toda a sociedade ao longo do fim de semana em prol da manutenção das aulas.
Na segunda-feira pela manhã, tive a oportunidade de conversar com o governador João Doria (PSDB), que, por telefone, assegurou que havia repensado a decisão e ordenado à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Secec) que mantivesse inalterado o calendário do programa. Fato confirmado horas mais tarde. Uma atitude sensata do gestor do estado mais importante do país, que soube ouvir o clamor popular e repensar uma atitude questionável.
No dia seguinte, encaminhei à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) uma moção aprovada ainda na segunda pela Câmara de Santos - por iniciativa da vereadora Audrey Kleys, do meu partido (Progressistas) - solicitando que o governo não apenas mantenha o Projeto Guri, mas estude formas de viabilizar a ampliação desse instrumento de inclusão e desenvolvimento. Somente na cidade de Santos, por exemplo, aproximadamente 300 jovens são atendidos.
Se, por um lado, uma batalha foi vencida, há, ainda, questões que preocupam. Como o Governo do Estado determinou um contingenciamento de mais de 20% no orçamento da Secec, outros contratos de gestão firmados com OSs (organizações sociais) que administram equipamentos e próprios públicos estaduais ligados à cultura, caso da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e da Pinacoteca do Estado, podem sofrer cortes que prejudiquem sua inegável qualidade.
A população deve se manter atenta. Nós, na Alesp, não vamos baixar a guarda. A mobilização continua.