Nova Ordem

Kenny Mendes explica os motivos para o adiamento do sonho de concorrer à Prefeitura de Santos

Por: Kenny Mendes  -  03/07/20  -  11:49
Atualizado em 03/07/20 - 11:51
Corte nos vencimentos foi anunciadoem live pelo prefeito Paulo Alexandre Barbosa
Corte nos vencimentos foi anunciadoem live pelo prefeito Paulo Alexandre Barbosa   Foto: Carlos Nogueira/AT

No início deste ano, após muita ponderação, decidi que colocaria meu nome à disposição para a eleição à Prefeitura de Santos. Não passava pela minha cabeça que, dali a dois meses, o mundo – e, em especial, o Brasil – viraria de ponta-cabeça. A pandemia do novo coronavírus mudou a vida das pessoas. Se impôs sobre vontades, projetos, metas ou planos. Não foi diferente comigo.


Utilizo este espaço semanal para refletir sobre diversos assuntos, fazer análises conjunturais, debater assuntos relevantes e, também, prestar contas do mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Em respeito a você, leitor, que acompanha nossas publicações às sextas-feiras, sinto-me na obrigação de dizer que adiarei o sonho de ser prefeito da minha cidade.


Antes de mais nada, confesso que foi uma decisão difícil. Mas ouvi minha família, minha equipe e apoiadores. Todos compreenderam os motivos. O fato de meu nome aparecer bem nas pesquisas de intenções de voto me dá a certeza de que o trabalho como deputado estadual vem sendo avaliado positivamente. E que não pode ser interrompido: em razão do momento de exceção que enfrentamos, não posso colocar um projeto pessoal à frente da responsabilidade que o cargo atual me confere. Tenho convicção de que poderei ser mais útil no Parlamento do Estado durante o enfrentamento ao vírus e no pós-pandemia.


O meu suplente direto na Alesp é de Piracicaba. Não duvido de sua capacidade, mas teria ele o mesmo olhar para a Baixada Santista? Na semana passada, atuei junto à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional para o envio de mais dez respiradores hospitalares para a região. À parte o contato permanente com o Palácio dos Bandeirantes para a liberação de recursos, indiquei mais de R$ 5 milhões em emendas parlamentares para o combate à Covid-19 no Litoral. O esforço, portanto, vem dando resultados.


Uma das minhas ações nesse sentido, inclusive, levou um adversário político a ameaçar impugnar minha eventual candidatura à Prefeitura santista, caso esta fosse concretizada. A alegação é de que eu teria infringido a legislação eleitoral ao doar meu salário da Alesp referente a abril para o Fundo Municipal de Saúde de Santos – pelo fato de estarmos em um ano de pleito. Uma medida bem-intencionada em meio a uma calamidade pública poderia, assim, resultar numa contestação judicial. Infelizmente, ainda há espaço para isso na política.


A despeito dos que insistem no caminho da polarização, reafirmo meu compromisso de ser um elo entre o Legislativo do Estado e a Baixada Santista. A pandemia trará um cenário complexo, de dificuldades e desafios para as nove cidades.


É meu papel participar ativamente da construção dessa nova realidade. Foi para isso que cheguei à Assembleia Legislativa. Curioso que a ética parece ser algo tão em desuso na classe política que, quando é praticada, causa surpresa. Não deveria ser assim. Não pode ser assim. Estou em paz e tenho a consciência de estar fazendo a coisa certa – é minha missão, acima de tudo.


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