Medicina preventiva

Ainda é corriqueiro um paciente ter que aguardar uma vaga em São Paulo, pois alguns tipos de tratamentos não são feitos na Baixada Santista

Por: Kenny Mendes  -  26/07/19  -  11:30
Pacientes que vão ao Hospital Guilherme Álvaro não conseguem retirar o remédio Anastrozol 1 mg
Pacientes que vão ao Hospital Guilherme Álvaro não conseguem retirar o remédio Anastrozol 1 mg   Foto: Carlos Nogueira/ AT

No dia 27 de março, em meu primeiro discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), preferi não utilizar meu tempo regimental comemorando a estreia na Casa. Optei por elencar uma série de problemas que verificamos na Baixada Santista e para os quais, de alguma forma, eu tentaria propor e cobrar soluções ao longo do mandato.


Um dos temas abordados foi a situação do Hospital Guilherme Álvaro (HGA), unidade médica de referência no litoral, mas que ainda enfrenta dificuldades estruturais e de recursos humanos. Na ocasião, citei o caso do setor de oncologia, cujo funcionamento foi interrompido entre novembro e janeiro, devido à falta de profissionais. 


Não foi bravata de iniciante. Estive no hospital em duas ocasiões no primeiro semestre, em uma das oportunidades acompanhado da vereadora Audrey Kleys (Progressistas). Pudemos verificar as condições gerais, conversar com funcionários, ouvir pacientes e colher demandas. O vereador Fabricio Cardoso (PSB) também levou solicitações referentes à unidade ao meu gabinete. As necessidades constatadas nesse processo se transformaram em trabalhos apresentados na Alesp.


Um hábito que, por sinal, mantenho na nova função. Nos dois mandatos como vereador em Santos, fazia questão de toda semana visitar equipamentos municipais para, em caso de problemas, pedir soluções da prefeitura. Comprei muita briga por isso. Independentemente de ser base de governo ou não, é função primordial do parlamentar reivindicar melhorias ao Poder Executivo. Agora, enquanto parlamentar paulista, continuo com a mesma proposta – desta vez, indo a escolas, hospitais e demais órgãos do estado. É meu papel.


Por essa razão, recebi com entusiasmo a notícia de que o governador João Doria (PSDB) liberou R$ 7,4 milhões na semana passada para obras de modernização e ampliação no HGA. Conforme nos informou a Secretaria de Estado da Saúde, os recursos serão utilizados na reforma do centro de parto e na cobertura onde funcionam o laboratório de imagem, o centro cirúrgico, as clínicas obstétrica e cirúrgica, pediatria e UTI neonatal. Todo e qualquer investimento feito nesse valoroso complexo hospitalar é importante. Aplaudimos a ação, mas continuaremos cobrando por mais. 


Com saúde não se brinca. Naquele já distante 27 de março, falei em plenário sobre a urgente necessidade de aperfeiçoamento no sistema Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde). Ainda é corriqueiro um paciente ter que aguardar uma vaga em São Paulo, pois alguns tipos de tratamentos não são feitos na Baixada Santista. Por que não credenciar unidades na região para passar a oferecer esses serviços e, assim, atender inclusive pessoas da Capital? Utopia? Não, apenas me parece o lógico. Basta ter vontade política. Vamos continuar batendo nessa tecla.


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