Imunização do começo ao fim

Há um concreto nível de proteção, no entanto deixa-se brecha para que um possível invasor consiga adentrar

Por: Kenny Mendes  -  09/07/21  -  14:31
  Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Você enfim constrói uma casa, compra uma porta resistente para a entrada, mas esquece de instalar a fechadura. Mal comparando, é algo semelhante ao que acontece com as pessoas que deixam de tomar a segunda dose da vacina contra a covid-19. Há um concreto nível de proteção, no entanto deixa-se brecha para que um possível invasor consiga adentrar.


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Estamos nos referindo, evidentemente, aos imunizantes que exigem o reforço – a maior parte dos aplicados no Brasil, como CoronaVac, AstraZeneca, Pfizer. No Estado de São Paulo, 1,21% dos mais de 19,6 milhões de pessoas que já tomaram a primeira dose ainda não retornaram para completar o ciclo vacinal. Parece pouco, mas isso representa um total de 239,2 mil pessoas – contingente capaz de lotar 15 estádios da Vila Belmiro.


Tomemos como exemplo a cidade de Santos, município que até o momento mais avançou na imunização integral na Baixada Santista. Enquanto 57,8% de sua população teve acesso à primeira dose, somente 21,8% já completaram o processo. Outros 0,5% receberam a dose única (Janssen).


Em comparação com a maior parte das cidades paulistas, Santos se destaca. Mas o vírus não vê limites de território. Daí a importância de concluirmos o ciclo vacinal não só no Estado, mas em todo o país.


Os especialistas salientam que a eficácia das vacinas foi determinada a partir de estudos que as testaram com duas aplicações. Assim, além de aumentar a proteção contra o novo coronavírus, o reforço ajuda a prolongá-la. Ou seja: aqueles completamente imunizados contribuem muito mais para o controle da circulação do Sars-CoV-2.


Um outro ponto importante é que a aplicação parcial pode favorecer versões mais resistentes do vírus. A lógica é a mesma de quem abandona antibióticos no meio do tratamento – a bactéria que causa a enfermidade tende a ficar mais forte.


Não podemos baixar a guarda contra o vírus. O tratamento integral vacinal é a principal arma de que dispomos.


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