As urnas eletrônicas da Baixada Santista revelaram um número curioso no domingo passado. Dos 134 vereadores em atividade atualmente na região, apenas 66 garantiram vaga na próxima legislatura. Ou seja: houve uma renovação de metade dos parlamentares das nove cidades.
O movimento é interessante. O fato de ser um novato não torna o candidato necessariamente bom. Mas, é inegável, a reestruturação traz ares novos para qualquer casa de leis. Os iniciantes costumam chegar com fôlego redobrado, vontade de aprender e munidos de ideias. Não menos importante: representam algum segmento da sociedade que, democraticamente, o alçou à cadeira.
Por outro lado, o desfecho das eleições proporcionais por aqui coroou vereadores que, ao longo de quatro anos, tiveram seu trabalho aprovado por boa parte da população. Uma vez conhecido do eleitor, cabe ao parlamentar exibir seu ‘portfólio’ ao final do mandato: quais foram suas principais ações, posicionamentos e propostas. O que é avaliado pelo júri popular.
Essa total proporcionalidade – novidade e experiência – tende a criar um desejável equilíbrio de forças nas nossas câmaras. E assim esperamos que seja. Afinal, são esses personagens que terão a responsabilidade de conduzir os respectivos legislativos municipais durante uma provável nova fase da pandemia do novo coronavírus e, ao mesmo tempo, o processo de retomada econômica das cidades. Não vai faltar trabalho: os novos olhares aliados àqueles mais experimentados podem suscitar benéficos debates e ações.
Minha iniciação na vida pública se deu num parlamento municipal – mais especificamente, no de Santos. Não foi uma tarefa fácil conseguir a vaga. Procurei praticar tudo que me norteava antes de chegar à Casa. Aprendi com derrotas, mas obtive muitas conquistas. Sempre seguindo minha consciência: inclusive quando, mesmo sendo da base de situação, votava contra o executivo. Acabei reeleito, em 2016, com o apoio de 24.765 munícipes – a maior votação da câmara santista.
Desejo um mandato profícuo e cheio de iniciativas aos 67 parlamentares que iniciam sua jornada e aos 66 que retornam, no ano que vem, para mais uma caminhada. Vamos precisar de vocês. Sucesso a todos.