A busca pela desinfecção hospitalar

Redução da incidência de infecções hospitalares nos ambientes médicos é um dos principais desafios para os gestores de serviços de saúde em todo o planeta

Por: Kenny Mendes  -  24/01/20  -  08:00
Paternidade pode ser porta de entrada para que o homem cuide da própria saúde
Paternidade pode ser porta de entrada para que o homem cuide da própria saúde   Foto: Agência Brasil

A redução da incidência de infecções hospitalares nos ambientes médicos é um dos principais desafios para os gestores de serviços de saúde em todo o planeta. No Brasil, estima-se que a taxa atinja 14% das internações, de acordo com o Ministério da Saúde.


Temos até uma data específica, o Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares, celebrado em 15 de maio, que procura conscientizar sobre os cuidados para evitar o problema.


As camas de hospital estão entre as superfícies mais contaminadas nos ambientes de atendimento ao paciente. Considerados uma inovação recente, os leitos cobertos com cobre, reconhecidos por repelir e matar bactérias, começam a ganhar espaço.


O cobre antimicrobiano (CAm), aprovado pela EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA), pode prevenir até 58% das infecções hospitalares, de acordo com um estudo realizado em três hospitais dos Estados Unidos pela Universidade de Southampton (Reino Unido).


Ao contrário do que ocorre com as estruturas feitas de aço inoxidável, plástico ou prata, as bactérias, leveduras e vírus morrem rapidamente quando entram em contato com superfícies de cobre, onde uma série de alterações bioquímicas são verificadas entre a superfície do metal e os micro-organismos.


Apesar de todas as deficiências, possuímos um Sistema Único de Saúde (SUS) que é referência internacional na área da saúde pública. Posso falar com conhecimento de causa, pois sou um de seus usuários – inclusive passei por uma cirurgia, via sistema, em 2018. Por que não nos esforçarmos para adotar uma medida que pode resultar na redução drástica de internações prolongadas em razão de infecções adquiridas em unidades hospitalares?


No segundo semestre de 2019, apresentei um projeto de lei na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) que pretende tornar obrigatório aos hospitais (públicos e privados) paulistas adquirir móveis, utensílios e equipamentos que sejam revestidos por cobre antimicrobiano (CAm). O investimento é insignificante em comparação às despesas de diárias de hospitalização que implicam maior permanência do paciente.


A máxima ‘prevenir é melhor do que remediar’ faria todo o sentido: a medida seria benéfica para o paciente, cuja chance de infecção diminuiria sensivelmente, e para o hospital, que obteria uma redução de gastos operacionais em médio prazo.


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