Organizações que aprendem

Companhias que descobriram como cultivar nas pessoas o comprometimento e a capacidade de aprender saem na frente

Por: Hudson Carvalho  -  27/01/23  -  06:36
Ter o comprometimento dos funcionários ajuda a ter melhores resultados
Ter o comprometimento dos funcionários ajuda a ter melhores resultados   Foto: Divulgação

“Organizações aprendem apenas através de indivíduos que aprendem (...) Pessoas não resistem às mudanças. Elas resistem a serem mudadas”


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Peter Senge, professor da Sloan School of Management - MIT, autor de A Quinta Disciplina, considerado um dos cinco maiores livros de negócios de todos os tempos


Nesta semana, concluímos para um de nossos clientes – e para nossa alegria – mais um programa de formação de líderes. Como sempre fazemos, nada de conceitos enlatados, aplicados de forma repetitiva, sem considerar a cultura organizacional. Ao contrário, uma solução concebida para resolver de fato os pontos a serem desenvolvidos e apresentar resultados imediatos. Esse programa em particular contemplou o desenvolvimento de um modelo de competências específico para a empresa e seu time, o mapeamento das competências de cada um, as devolutivas e a formação propriamente dita.


Os módulos foram apresentados de forma virtual e presencial. Num desses dias, conversando com a consultora que dividia comigo a programação, comentávamos sobre os resultados muito acima da média atingidos pelo grupo. A razão, me disse ela – do alto de sua experiência de mais de 30 anos nesse negócio, é que “eles são uma 'organização que aprende'". Concordei imediatamente e no mesmo momento lembrei de Peter Senge e seus conceitos.


Organizações que aprendem são aquelas que descobriram como cultivar nas pessoas o comprometimento e a capacidade de aprender em todos os níveis, do estratégico ao operacional. São empresas que melhoram constantemente seus processos e sua cultura, através das pessoas, produzindo resultados e adaptando-se de forma vencedora ao novo que cada dia apresenta a elas. A receita de Senge, as cinco disciplinas, são:


- Domínio pessoal: é a capacidade que cada indivíduo tem de se mover em direção aos resultados desejados com sua própria força de vontade;


- Modelos mentais: são “histórias profundamente arraigadas em nossa forma de pensar, que influenciam nossa maneira de compreender o mundo e nele agir”;


- Visão compartilhada: é a difusão do conceito de que podemos atingir metas juntos se formos capazes de unir o Time, seus conhecimentos e valores em torno de ideias e propósitos que todos aceitem;


- Aprendizagem em equipe: trata de criar uma linguagem que facilite a todos compreender e compartilhar conceitos;


- Pensamento sistêmico: é a habilidade que o grupo adquire de analisar cada evento e suas possíveis consequências sobre o conjunto de processos.


Senge faz também, alertas sobre os desafios a serem enfrentados pelas organizações que querem aprender continuamente:


- Permitir que cada um exerça apenas o seu cargo, evitando o destruidor "eu não ganho para isso”;


- Focar demasiadamente na concorrência e nas demais ameaças do mercado, colocando sobre elas a culpa sobre a falta de resultados;


- Confundir reatividade com proatividade;


- Fixar-se em resultados de curto prazo;


- Não controlar o alto índice de rotatividade dos times, dificultando a consolidação das experiências e sua transformação em conhecimento.


Por falar em conhecimento, a organização deve estar prepara para a sua gestão, diferenciando o tácito do explícito e gerenciando ambos. Por fim, o pecado mortal das organizações que querem crescer pela aprendizagem contínua: permitir a cultura do medo. Punir aqueles que falham ao propor inovações. Falhas são patrimônio de quem busca aprender. Não se trata de transigir com o erro, mas de não desperdiçar o poder de aprendizagem que ele contem.


Um acréscimo às ideias do professor Senge e seu best seller de 1990: hoje é mais difícil desaprender e reaprender do que aprender simplesmente. E você, está pronto para esse desafio?


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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