Motivação. Você tem razões para tê-la?

Todos querem saber até onde podem chegar na estrutura organizacional

Por: Hudson Carvalho  -  08/09/22  -  06:27
Equipe de Obama descobriu como transformar motivos em resultados
Equipe de Obama descobriu como transformar motivos em resultados   Foto: historyinhd/Unsplash

“Yes, we can! (Sim, nós podemos!)"

Frase que ajudou a eleger Barack Obama, 44º presidente dos Estados Unidos


Numa análise sem compromisso, podemos dizer que Barack Obama e sua equipe conseguiram descobrir as razões que fariam o eleitor americano depositar nele os seus votos e não em seu adversário. Eles descobriram como transformar motivos em resultados, esse binômio tão importante em qualquer lugar, em especial no mundo corporativo. Mas, como fazê-lo acontecer? Vamos lá!


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


Antes de ser executivo na área de Recursos Humanos, fui engenheiro por alguns anos. Quando migrei para essa nova área, meus antigos colegas diziam: “cuidado! Gente não tem botão”, querendo dizer que as pessoas não responderiam automaticamente, como faziam as máquinas com as quais lidávamos. Ao longo dos anos, descobri o contrário. Gente tem botão, sim. O botão da motivação. Se os descobrirmos e aprendermos como e quando acioná-los, as pessoas produzem, satisfeitas, os resultados necessários.


Motivação é um processo que começa dentro de cada um de nós (é a própria pessoa quem cria ou enxerga razões para estar em uma empresa, servir a uma causa ou grupo). Para que esse processo aflore e se traduza em ações concretas, é preciso que se criem caminhos no interior de nossos corações e mentes. Caminhos que são abertos pelas características do ambiente e pela ação das pessoas à nossa volta.


No ambiente empresarial, leia-se: clima organizacional e time de líderes. Quando essas duas forças são eficientes e eficazes ao mesmo tempo, estão criadas as condições para que o colaborador queira fazer parte da organização e torná-la melhor. Uma boa estratégia para criar predisposição para a motivação contém: 1) ambiente de trabalho onde todos se sintam à vontade – sem medo - para manifestar suas ideias e expressar quem são; 2) estímulo ao relacionamento, no mínimo respeitoso e se possível amistoso, entre todos, em especial entre líder e subordinados; 3) condições claras de crescimento profissional.


Analisando cada ponto: a construção do ambiente de trabalho está fundamentada em regras claras de compliance, governança e no clássico trio missão, visão e valores. Eu sugiro que, antes de qualquer outra coisa, definam-se os valores. Por qual motivo? Porque sem saber o que a empresa preza como princípios de atuação, será difícil atrair aqueles que tenham razões iguais as suas. A empresa precisa saber quem é, como quer fazer negócios e tomar decisões.


Possuir valores bem definidos é especialmente importante num momento em que os millennials, profissionais com idade entre 18 e 35 anos, são tão numerosos no mercado de trabalho (pesquisas indicam que eles serão cerca de 75% da força de trabalho até 2030). Esse grupo dá grande importância às razões pelas quais estão fazendo determinada atividade. Querem mais que um emprego. Querem uma causa.


Falando sobre líderes e equipes de trabalho, é preciso dizer que não dá para criar um ambiente onde as pessoas se sintam motivadas sem que os gestores tenham a capacidade de variar seu repertório de estilos de liderança, conforme o grau de maturidade de suas equipes. Preparar a hierarquia da empresa para dar conta desse desafio começa por ensiná-los sobre a importância de falar e ouvir.


Por fim, a possibilidade de crescer profissionalmente. Todos querem, certo? Aqui um parêntese: seria muita ingenuidade afirmar que apenas um bom salário e pacote de benefícios são suficientes para manter alguém “motivado” em uma empresa. A boa remuneração é importante, mas funciona apenas por algum tempo e mesmo assim apenas para manter a satisfação (diferente de motivação). É pouco.


A receita é: o bom plano de carreira anda de mão dadas com critérios claros de reconhecimento, remuneração e promoção. Todos querem saber até onde podem chegar na estrutura organizacional e quais são os mecanismos justos que definem quem é promovido ou não. O combinado não sai caro. Adotar essas medidas é um excelente começo para essa jornada, que não termina nunca. Pessoas mudam, expectativas mudam. É necessário estar sempre atento. Sucesso!


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver mais deste colunista
Logo A Tribuna
Newsletter