Paulo Estevaletto

Filho de um guarda portuário e uma professora, ele nasceu na Santa Casa de Santos no dia 15 de maio de 1952

Por: Gabriel Pierin  -  16/01/24  -  06:20
Atualizado em 16/01/24 - 06:29
Pitty, Lequinho e Paulo Estevaletto no Quebra-Mar em 1984: surfe e fotografia unidos
Pitty, Lequinho e Paulo Estevaletto no Quebra-Mar em 1984: surfe e fotografia unidos   Foto: Arquivo Pessoal

Filho de um guarda portuário e uma professora, Paulo Estevaletto nasceu na Santa Casa de Santos no dia 15 de maio de 1952 e foi criado nas ruas do Macuco, jogando bola nos campos do Guarani e dos Portuários.


Clique aqui para seguir agora o novo canal de A Tribuna no WhatsApp!


A bordo de uma bicicleta Goricke, Paulo seguia de carona com o pai pela Rua Batista Pereira, onde moravam, até a Praia do Boqueirão, formando suas primeiras e mais afetivas memórias com a praia.


Aos 16 anos, o menino que estudava no ginásio do Luíza Macuco e gostava de jogar bola despertou para a fotografia. A câmera Yashica, presente do primo Luís, foi o passaporte para ingressar nesse novo e fantástico universo.


Em 1972, aos 20, Paulo montou seu primeiro laboratório de revelação. Ele comprava a química e os papéis fotográficos na Foto Oriental da Praça José Bonifácio e eternizava os momentos em preto e branco. Época em que passou a frequentar o Canal 1 e a formar na turma da bola e do surfe. Ele conheceu o Mosquito, irmão de Pestana, Carlos Carmelo, entre outros surfistas e boleiros que se espalhavam por toda a praia, numa relação dependente das marés.


Entre 1972 e 1975, Paulo desbravou as praias do litoral norte e fez os seus mais icônicos registros fotográficos. No final de 1978, comprou uma teleobjetiva e depois uma câmera submarina. Com o Quebra-Mar pronto, suas fotos ganharam registros cada vez mais próximos dos surfistas, num visual único e especial. Paulo tinha predileção pelo surfista Lequinho, bastante expressivo nas fotos e no surfe. Nesse mesmo período ele ingressou no serviço público como fotógrafo pericial da Polícia Científica de São Paulo, onde seguiu carreira. Ele também fotografou competições de ciclismo, esporte que enveredou como praticante e competidor.


Paulo tinha nas revistas americanas e nas nacionais Brasil Surf, Visual Surf e Fluir suas primeiras e principais referências. Seu repertório incluía também os diversos livros, filmes e músicas que leu, viu e ouviu e a inspiração pelo requinte da fotografia dos santistas José Herrera e Boris Kauffmann.


Paulo está aposentado, mas continua fotografando nos dias de boas ondas, tornando-se assim o mais longevo fotógrafo do Quebra-Mar em atividade, responsável por eternizar em imagens o surfe santista, sempre de forma generosa.


No próximo domingo, a partir das 17 horas, as Histórias do Surfe contemplarão outros quatro surfistas que colaboraram para o crescimento do esporte na cidade. As homenagens pelo 20o Dia do Surfista (Lei Municipal 2.172, de 2003) ocorrerão na varanda da Pinacoteca Benedito Calixto, último casarão de frente à praia de Santos – onde nasceu o surfe no Brasil. Venha comemorar conosco!


Acompanhe nossas publicações nas redes sociais @museudosurfesantos. Coordenador de pesquisas históricas do Surfe @diniziozzi - o Pardhal


Tudo sobre:
Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver mais deste colunista
Logo A Tribuna
Newsletter