Histórias do Carnaval: Zinho, sucesso que ultrapassa os limites da própria escola

Todo mundo que gosta de samba na Baixada Santista sabe a importância dele para o Carnaval santista

Por: Eduardo Silva  -  11/02/23  -  06:14
Daniel Ferreira Barbosa Júnior, o Zinho
Daniel Ferreira Barbosa Júnior, o Zinho   Foto: Reprodução

São raros os sambistas que fazem tanto sucesso e ultrapassam os limites da própria escola. Daniel Ferreira Barbosa Júnior, o Zinho, é um deles. Todo mundo que gosta de samba na Baixada Santista sabe a importância dele para o Carnaval santista. Zinho começou na União Imperial e tem orgulho disso.


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Com um estilo diferente de cantar e muito carisma, ele foi conquistando até os rivais da avenida. Sabia comandar seu time de canto, contagiar a bateria e florear um samba-enredo como ninguém. Ele mexia mesmo com todo o público das arquibancadas.


Quem ainda não conhece a história desse intérprete tão importante vai se encantar com a admiração que cantores de outras escolas demonstram por ele. É o Zinho da União, sim. Mas também da Brasil, da X-9 paulistana, do Grupo Tempero, dos bailes de Carnaval, dos blocos e da Banda da Serra. O Zinho é a representação do nosso Carnaval.


Com apenas 14 anos, entrou na banda marcial do Ginásio Estadual do Campo Grande, em Santos. Aluno de Nícia D’Ávilla, se entusiasmou tanto com o conhecimento da professora que seguiu na música nas bandas da Cosipa e de Cubatão. Aos 15 anos, frequentava escolas de samba e blocos carnavalescos. Em 1976, já desfilava na União, como ritmista. Em 1979, assumiu, interinamente, a direção de Bateria. Também foi diretor de Harmonia e de Carnaval. Em 1982, já era intérprete da Verde e Rosa.


Foi cantor, compositor no Marapé, mas também criou sambas para outras agremiações e foi campeão pela Brasil, em 1991. Fez o samba da X-9 paulistana em 2001 e puxou o samba junto com o amigo Royce do Cavaco. Em 2000, foi coordenador do Carnaval de Santos.


Pelo Grupo Tempero, ao lado dos parceiros César, Ricardo, Simonal e Carlão, ganhou discos de ouro e fez sucesso em todo o Brasil. Na madrugada de amanhã, lutando bravamente contra o mal de Parkinson, Zinho desfilará na ala dos patenteados da União Imperial, a escola do coração. Ao avistar Zinho, seja nas arquibancadas da Passarela Dráuzio da Cruz ou ao vivo na TV Tribuna, você verá a história do samba de Santos a sua frente. Um símbolo do nosso Carnaval. O cara que encantou a todos pela voz marcante, potente e contagiante, um intérprete moderno que foi conquistando todos, em cada estrofe e em cada refrão. Pelo ritmo e pelo carisma sem igual.


Com um estilo diferente de cantar e muito carisma, ele foi conquistando até os rivais da avenida
Com um estilo diferente de cantar e muito carisma, ele foi conquistando até os rivais da avenida   Foto: Reprodução

Depoimentos
“Que honra falar do Zinho do Tempero, um dos grandes intérpretes de samba de enredo da região. Cresci vendo e ouvindo essa fera e, com certeza, foi uma referência pelos grandes feitos dele na avenida. Com o passar dos anos, tive a hora de ganhar um samba de enredo em SP ao lado dele na época da X-9 paulistana, em 2001. Naquela época, repercutiu muito como um dos melhores sambas e, de lá para cá, nossa amizade só cresceu. Ele foi um dos primeiros a me estender a mão e me guiar abrindo os caminhos do mundo do samba. Desejo toda felicidade do mundo a você, meu irmão, meu amigo, mestre Zinho” Primo do Pandeiro, intérprete da Unidos dos Morros


“Eu conheço o Zinho desde o início da minha carreira. Faz 38 anos. Eu tocava na bateria Real Mocidade e, aí, tive minha primeira oportunidade como cantor. E eu precisava me espelhar em alguém, né? Eu me espelhei no melhor, que é o Zinho, Daniel Ferreira Barbosa Júnior. Eu me inspirei nesse cara e até hoje me espelho nele. Tenho um carinho e um amor muito grandes por esse profissional. Se hoje sou o intérprete que eu sou, agradeço muito a ele. Tivemos a oportunidade de cantar em algumas escolas juntos. Fomos campeões na Brasil. Cantamos na Banda da Serra. Fora os anos cantando nos bailes do Vasco da Gama e do Portuários” Joãozinho Oliveira, da Padre Paulo


“Me faltam palavras para falar deste senhor aí. Senhor Daniel Ferreira Barbosa Júnior. Um dos maiores intérpretes que Santos e o Brasil já viram. Um dos maiores do samba e do pagode. Zinho do Tempero. Uma pessoa singular. Eu sempre fui fã. E nunca imaginei ter contato com ele quando eu era pequeno. Hoje, posso chamar de meu amigo porque tenho contato com ele. Ele me inspirou muito. Não só a mim, mas a maioria dos intérpretes de hoje em dia. Só quem o conhece sabe como é o seu Daniel. Espero tudo para o Zinho. Sou fã de carteirinha” Rafael Forjanes, o Bolinha, intérprete da X-9


“Ele é um intérprete diferenciado. Voz marcante, potente. É prazeroso ouvir o Zinho. Tem cadência, ritmo. De pagode ao samba-enredo, canta tudo e muito bem. Ele arrasa sempre, desde quando começou. Ele que inventou muitos bordões que estão por aí. Ele é um dos maiores intérpretes do nosso samba. Ele fala que foi meu fã, mas eu que sou muito fã dele” Pedrinho da Veia, que foi intérprete da X-9 e é ídolo do Zinho


“Falar do Zinho é uma emoção enorme. Eu cresci vendo o Zinho cantar no antigo Tempero’s Bar e na quadra da União Imperial. Quando eu via a alegria e emoção que ele passava, eu pensei eu quero isso pra minha vida. E fui buscando inspiração nele. Quem conhece o Zinho, se apaixona. É um cara alegre e divertido. Ele dá oportunidade para todos. Fui conversar e ele me deu várias dicas e conselhos. O Zinho representa muito para a nossa cidade. O nosso Carnaval deve muito a ele. Se eu cantar um terço do que ele cantou na avenida eu serei uma pessoa de muito sucesso na vida” Chitão Martins, da Sangue Jovem


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