Histórias do Carnaval: ele é o Samba

Na penúltima coluna desta temporada, uma homenagem a J. Muniz Jr.

Por: Eduardo Silva  -  17/02/23  -  06:21
J. Muniz Jr., referência do samba santista
J. Muniz Jr., referência do samba santista   Foto: Fernanda Luz

Alô, povo do samba. Na penúltima coluna desta temporada das histórias do Carnaval, vamos homenagear o sambista que tem a patente mais alta e o maior conhecimento deste ritmo tão popular. O nome dele é J. Muniz Jr., uma referência para qualquer escola e qualquer pessoa do samba da nossa região.


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Muniz nasceu na cidade de Penedo (AL) e tem 88 anos. Veio para Santos e entrou muito cedo no mundo do samba. Foi conhecendo os bastidores da folia no Litoral em viagens ao Rio de Janeiro.


Que tal saber que ele era recebido por Cartola e Mano Décio da Viola? E quantas pessoas de Santos conheceram o famoso Natal, o homem-forte da Portela? Além disso, conversava com Martinho da Vila, Paulinho da Viola e outros grandes mestres da música. Os títulos já poderiam resumir sua vitoriosa trajetória no Carnaval da Baixada Santista. Foi Lorde Batucada, em 1961. Cabo Batucada, em 1970. Marechal do Samba, em 1985. E Cidadão Samba em 2009.


Também foi condecorado com a Ordem do Samba da Estação Primeira de Mangueira. É benemérito da Acadêmicos do Salgueiro. Foi campeão do Carnaval carioca no IV Centenário pela Acadêmicos do Salgueiro; Personalidade do Samba Paulista, título outorgado pela Assembleia Legislativa; recebeu a Medalha de Honra ao Mérito Braz Cubas, entregue em 2014, no Dia do Samba, por serviços prestados ao Carnaval santista.


O nome de J. Muniz também consta na Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana, de autoria de Ney Lopes, em 2014. Tão importante quanto esses títulos é a sabedoria que Muniz adquiriu em tantos carnavais. Não foi por acaso que se tornou a maior autoridade desta cultura tão brasileira.


Muniz é autor de livros que contam detalhes das agremiações e suas conquistas e responsável pela vinda de escolas cariocas à Baixada Santista. Com a sabedoria que alcançou em tantos carnavais, foi cronista carnavalesco nos jornais O Diário e Cidade de Santos. Em A Tribuna, se destacou como historiador do samba santista. Ele é o maior especialista no assunto, mas não é um teórico que vive a sugerir teses sem conhecimento. Viveu o ambiente das grandes escolas cariocas e santistas. Estudou, aprendeu e ensinou muita gente.


Um dos filhos dele, Jadir Muniz de Souza, o Príncipe dos Mestres-Salas, falou da importância do pai: “Inspiração maior que norteia a minha vida. Exemplo de empenho, abnegação e amor ao samba. Um grande mestre que nunca deixou de lutar pela preservação da nossa história, das nossas raízes e de nossas tradições”.


Graças aos livros de Muniz é que aprendemos um pouco mais. O ex-secretário de Cultura de Santos Carlos Pinto costumava dizer quando via pessoas, sem experiência, tentarem entrar nesse universo tão peculiar: “vocês devem procurar o J. Muniz Jr. Ele está firme para tirar dúvidas e mostrar nossa história no samba”. Tinha e tem razão. Personalidades como Muniz não aparecem todos os dias: são aqueles que dedicam a vida inteira a uma paixão. A dele sempre foi o samba.


Autor de livros


Muniz é autor de livros que contam detalhes das agremiações e suas conquistas e responsável pela vinda de escolas cariocas à Baixada Santista. Com a sabedoria que alcançou em tantos carnavais, foi cronista carnavalesco nos jornais O Diário e Cidade de Santos. Em A Tribuna, se destacou como historiador do samba santista. Ele é o maior especialista no assunto. Viveu o ambiente das grandes escolas cariocas e santistas. Estudou, aprendeu e ensinou muita gente


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