Histórias do Carnaval: Danielle Santana além de tudo, é versátil

“Se o assunto é Carnaval, a minha resposta sempre vai ser sim”

Por: Eduardo Silva  -  29/01/23  -  06:37
Danielle entrou no meio carnavalesco em 2005, quando os desfiles estavam para voltar em Santos
Danielle entrou no meio carnavalesco em 2005, quando os desfiles estavam para voltar em Santos   Foto: Reprodução/Instagram

“Se o assunto é Carnaval, a minha resposta sempre vai ser sim”. Danielle Santana ama ensaiar, desfilar e participar do ambiente do samba. Além de tudo, é versátil. Você vai ler nesta reportagem tudo o que ela já fez no Carnaval santista. Danielle entrou no meio carnavalesco em 2005, quando os desfiles estavam para voltar em Santos. O primeiro passo foi frequentar os ensaios da Unidos dos Morros. Ela morava com os pais e, da casa deles, escutava a batida da bateria.


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E foi ali que ela começou a se encantar com os eventos e apresentações. Começou a sair nas alas da Unidos, mas era tanta disposição que foi logo convidada para fazer parte da comissão de frente da Metropolitana. O som da bateria, que entrava pela janela de casa, era uma convocação.


Danielle logo corria para a quadra e foi convidada a concorrer à corte de bateria da Unidos. “Concorri com oito candidatas e fui coroada princesa com 17 anos de idade”. Danielle não parava. Da corte de bateria, foi ser destaque em carro alegórico. “Aceitei o convite, mas não gostei. É muito alto. Meu negócio é chão mesmo”. Então, por que não sair na ala de passistas? E lá foi a Dani sambando, cada vez melhor, e mais confiante. Tanto que topou o convite para concorrer à corte do Carnaval santista em 2014. Não ganhou, mas foi eleita rainha da Chapa Quente.


Em 2015, foi escolhida princesa do Carnaval santista. Em 2016, tinha tudo para ter um grande ano: ela disputou e venceu um concurso popular entre as sambistas de Santos para ser a musa da região no desfile da Grande Rio em homenagem a Santos. Danielle venceu, “mas a experiência lá no Rio não foi muito boa. No dia do desfile, não gostei, porque tinham oferecido boas condições, que eu não encontrei lá.


Só desfilei mesmo em consideração às pessoas que votaram em mim no concurso, às minhas amigas que correram para me ajudar no desfile e ao meu marido. Essas pessoas me deram muito apoio”.


Em 2017, ela se casou e não pretendia desfilar na corte, mas veio a novidade — o título de eterna musa da Bateria Chapa Quente, do Mestre Daniel. “Foi o último ano em que saí na corte da bateria”. Agitada, com muito pique, alguém achava que conseguiria ficar fora do desfile? Claro que não. A paixão dela é tanta pelo Carnaval que foi transitando em todas as alas. “Eu quero viver. Colecionar momentos. Lembranças”. E, assim, lá foi ela estrear como ritmista tocando chocalho. “Eu gostei. É a alma da escola. O coração. Amei”.


Como ela faz tudo com muito amor, é sempre observada pelo povo do samba. Foi assim que o mestre Beto Cabelo, da Mãos Entrelaçadas, a convidou para sair na escola. “Para minha surpresa, a diretoria da Mãos foi à minha casa, me levou um buquê de flores, providenciou um café da tarde e, assim, fui convidada para ser rainha de bateria”.


Danielle tem muita personalidade. Papo reto. Ela adorou o convite, mas avisou: “Eu falei para eles, deixei bem claro, que eu tinha um pavilhão, que a escola do Casada, mas sem filhos, Danielle curte muito do Carnaval ao lado do marido, Anderson Monteiro.


“Desde que entrei na Mãos Entrelaçadas, ele bate ponto comigo mesmo. E olha que ele nem é muito do samba, nem da muvuca”. Este é o Carnaval da retomada e, mais uma vez, Danielle está pronta para brilhar. “Vou sair de rainha na Mãos Entrelaçadas e, novamente, como ritmista na Unidos. Agora, vou tocar agogô. Gosto de vivenciar a escola. Já fiz quase tudo e ainda gosto de ajudar no barracão. O nosso retorno são o amor, o carinho e admiração das pessoas”.


Quem gosta de samba e acompanha o movimento nas quadras pode, até, ver a Danielle vestindo outras camisas, mas, quando ela fala na Bateria Chapa Quente, a voz sai do coração: “É a essência da minha vida. A cura dos meus problemas. No meio deles, minha vida fica completa”.


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