Novas oportunidades

Os shoppings têm o desafio de continuar mostrando sua relevância como centro de compras e hub de entretenimento

Por: Redação  -  18/01/22  -  06:51
  Foto: Unsplash

Estudo divulgado no final de semana pela Canuma Capital, gestora independente de investimentos alternativos, indica que as vendas do comércio eletrônico superaram as dos shoppings no Brasil, no ano passado: R$ 260 bilhões, um avanço de R$ 160 bilhões em relação ao registrado em 2019, antes da pandemia.


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Na outra ponta, os shoppings faturaram cerca de R$ 190 bilhões em 2019 e a previsão é de que tenham fechado 2021 em R$ 175 bilhões. Em uma análise simplista, até se poderia dizer que os shoppings estão perdendo espaço para uma tendência mundial que é o hábito de comprar pela internet. Mas a análise é mais complexa.


A primeira observação importante é que os shoppings estão em vias de atingir o mesmo resultado pré-pandemia, ou seja, mesmo considerando que o risco de contaminação ainda não terminou e que uma nova onda se instalou, as pessoas estão retornando devagar.


A análise seguinte é constatar que parte das lojas físicas instaladas em shoppings já mantém, também, vendas no ambiente virtual, seja por site ou redes sociais. São marcas com canais de venda convergentes. Em muitos casos, as lojas físicas instaladas em shoppings servem como vitrine para a compra on-line.


Importante destacar que as vendas por canais digitais já vinham em curva ascendente mesmo antes da pandemia, e que agora essa tendência se incorporou à vida de muitos brasileiros que, antes relutantes às novas tecnologiais, agora descobriram as facilidades de receber em casa os produtos escolhidos.


Com certeza essa é a parcela de compradores que justifica o aumento das cifras apontadas pela Casuma Capital. E é esse o ponto de inflexão na jornada de consumo a que deve se debruçar o segmento shopping.


A flexibilização nas regras sanitárias e a manutenção das atividades econômicas vêm permitindo acolher as necessidades de uma massa de cidadãos ávidos pelo convívio social, pela circulação em espaços públicos, pelos velhos hábitos de fazer refeições fora de casa. E os shoppings vêm provando que são seguros sob o ponto de vista sanitário, com controles que começam logo nos acessos.


Esse é o momento dos shoppings ressignificarem parte de seus propósitos, e alguns vêm fazendo isso com profissionalismo. Além das compras, esses são hubs muito bem estruturados de entretenimento, alimentação e oferta de serviços.


Mais do que nunca, esses diferenciais precisam ser valorizados e incrementados: quem vai ao cinema ou jantar com amigos em um shopping também poderá aproveitar a saída para fazer compras. O contrário também é verdadeiro, mas ainda não se sabe quanto mais caminhará a mudança de hábitos de consumo.


Os shoppings têm, a partir da pandemia, o desafio de continuar mostrando sua relevância não só enquanto centro de compras, mas como opção de lazer e turismo. Como em qualquer seleção natural, vão se manter e até crescer aqueles que se mostrarem mais resilientes e preparados para as mudanças.


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